Sarney discursa no Senado em favor da reeleição de Lula

Em seu discurso, que durou quase uma hora, Sarney elogiou várias vezes o governo Lula. "O governo do presidente Lula surpreendeu", afirmou. "O caos não veio", acrescentou, referindo-se aos que previam um caos se Lula fosse eleito. "A conduta do presidente sossegou aquelas vozes alarmistas", observou.

Sarney disse ainda que Lula teve "um comportamento de serenidade e de equilíbrio durante a crise" atravessada por seu governo, quando das denúncias de irregularidades. Além disso, defendeu a necessidade de Lula propor ao Congresso uma reforma política profunda em seu segundo mandato.

O senador peemedebista lembrou que "sempre defendi o apoio à reeleição do presidente Lula. Eu o acompanhei desde o primeiro turno das eleições de 2002, dei sustentação ao seu governo sem titubear, até em seus momentos mais difíceis. Em meu ponto de vista, o PMDB deve dar apoio à reeleição em uma coalizão clara e transparente com a participação dos novos programas de governo", afirmou.

Na avaliação do ex-presidente da República, o segundo mandato é necessário para que o presidente possa avançar nas transformações mais profundas de que o Brasil necessita. Sarney fez uma avaliação positiva do governo Lula, elogiando o desenvolvimento econômico e enfatizando "o alcance de uma tranqüilidade social".

Para o senador, Lula trouxe para o governo uma política de esquerda confiável, equilibrada até nos momentos de crise, e que, assim, conseguiu governar o Brasil, sem perder suas características sociais.

Ao fazer uma retrospectiva da história da República brasileira, o senador registrou que até à promulgação da Constituição, em 1988, todas as outras classes sociais já haviam ocupado o poder – militares, além das classes média e alta da sociedade. Lembrou ainda que, logo após as mudança das leis que estabeleceram a volta da democracia, já na primeira eleição, em 1989, um operário (Lula), representante das classes trabalhistas, quase se elegeu como presidente.

Sarney fez ainda um apelo aos cidadãos para que não percam a confiança nos políticos. Lembrou que o Parlamento, "com todas suas mazelas", é a maior instituição política criada pela humanidade. "Em vez de desacreditar os políticos, vamos aproveitar as próximas eleições para expulsar os maus políticos, a fim de que os bons possam trabalhar e atrair outros para essa carreira", salientou.

Agência Senado