Juruna elogia Lula, que terá apoio na Força Sindical

O apoio à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva está crescendo dentro da Força Sindical. Quem informa é o próprio presidente da central, João Carlos Gonçalves, o Juruna. "Nós somos pluripartidár

Segundo ele, os sindicalistas da Força vêem um esforço do atual governo federal em melhorar as condições de vida dos trabalhadores. "Houve um reajuste razoável do salário mínimo, mas não só: pela primeira vez o governo discutiu este valor com as centrais", valoriza Juruna.


“Foi melhor para os trabalhadores”


"As pessoas dizem que o Lula só continuou a política econômica do FHC, mas a verdade é que seu governo foi melhor para os trabalhadores", declara Juruna.
Metalúrgico de São Paulo, com 53 anos, o presidente da Força iniciou-se na militância sindical dentro da esquerda católica, e mais tarde na Oposição Metalúrgica. Transferiu-se depois para a situação, na época em que o Sindicato era presidido por Luiz Antônio Medeiros, hoje deputado federal pelo PL. Mantém no entanto canais de diálogo com os companheiros das jornadas do passado, que hoje estão na CUT, um estilo bem diferente do de seu antecessor, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

A reportagem do UOL apurou que, dentro do refuto principal da da Força Sindical, São Paulo, importantes sindicatos tendem a apoiar Lula já no primeiro turno: a Federação dos Químicos, o Sindicato dos Comerciários e a Federação Estadual dos Metalúrgicos, entre outros. Nesta sexta (7), um representante do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco já participou de uma reunião com João Felício, secretário-geral da CUT e coordenador de mobilização da campanha de Lula à reeleição.


Reduto nos metalúrgicos de SP


O movimento da Força Sindical em direção a Lula espelha o que os seus dirigentes ouvem no interior das fábricas. Juruna registra que sob o governo Lula os sindicatos conseguiram melhores acordos salariais que sob Fernando Henrique Cardoso — que contou com o apoio da central na maior parte de seus oito anos no Planalto. Antes de FHC, na eleição de 1989, a corrente que no ano seguinte fundaria a Força apostou tudo em Fernando Collor de Mello, contra Lula. Já em 2002, uma parte da Força apoiou Lula desde o primeiro turno e o restante aderiu no segundo.

A Força declara reunir 1.380 sindicatos em todo o país, com 6,5 milhões de trabalhadores na base. Já o último censo sindical do IBGE, de 2002, atribui-lhe 19% das entidades filiadas a centrais em todo o país (contra 66% da CUT e 6% da CGT). Seu reduto permanece nos metalúrgicos e na Região Metropolitana da capital paulista. Nesta categoria, filia sindicatos poderosos como os de São Paulo, Osasco, Guarulhos e São Caetano.

Juruna lembra que a Força apóia três candidatos a deputado federal, todos os três em São Paulo e saídos da categoria metalúrgica: Paulinho, que sai pelo PDT; Medeiros, que busca a rfeeleição pelo PL; e Cláudio Magrão, metalúrgico de Osasco, candidato do PPS. Fora de São Paulo, a Força se limita a tentar cadeiras em algumas Assembléias Legislativas.


Sindicalistas pró-Alckmin e pró-Heloísa


A candidatura Alckmin possui escassas articulações no universo sindical. Mas recebeu um surpreendente reforço do presidente da CGT, Antônio Carlos dos Reis, o Salim. Com bases no poderoso Sindicato dos Eletricitários de São Paulo – que já foi presidido por Antonio Rogério Magri, mais tarde ministro do Trabalho de Collor –, com uma trajetória de boas relações com a esquerda, Salim inesperadamente decidiu candidatar-se à Câmara Federal pelo PFL, acoplando-se à base de apoio do presidenciável tucano.

O universo sindical inclui ainda adeptos da candidatura da senadora Heloísa Helena, do Psol. Parte deles mantém-se na CUT, e contou com perto de 5% dos delegados ao último Congresso da central, não obtendo os votos para entrar na direção ali eleita. Outra parcela, mais reduzida, atua na Conlutas, impulsionada pelo PSTU, que se coligou com o Psol na eleição presidencial.  E uma terceira, ainda mais diminuta, de militantes sindicais do PCB, abandonou recentemente a CUT mas não se definiu por nenhuma articulação intersindical.