Leia entrevista de Gustavo Petta (UNE) à revista “Onda Jovem”

Junto a outras três lideranças juvenis, o presidente da UNE, Gustavo Petta, de 24 anos, participou de entrevista publicada na edição de julho da revista “Onda Jovem”. Eles discutiram democracia, tolerância, mobilização da juventude, movimento estudantil e

Além de Petta, participaram o também estudante de Jornalismo João Felipe Terena, 24 anos, representante da Associação dos Estudantes Indígenas do Mato Grosso do Sul no Conselho Nacional de Juventude; Magnólia Fagundes da Silva, 21, integrante do Coletivo de Juventude do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) de São Paulo; e a estudante de Direito Isabelle Lessa, 19 anos, presidente da Juventude Municipal do PSDB do Rio de Janeiro.


 


Elaborada como se fosse um bate-papo virtual, no formato de num chat na internet, o objetivo da entrevista era escolher quatro representantes da juventude brasileira para debater temas de importância nacional. Cada pessoa, além de responder a perguntas feitas pela revista, também teve a oportunidade de fazer seus próprios questionamentos aos demais participantes.


 


A revista “Onda Jovem” é oriunda de um projeto focado na juventude, que consiste em um investimento social de uma empresa privada no potencial dessa camada da população. Cada publicação aborda um tema específico. A última edição foi dedicada a analisar a participação social do jovem em diversos segmentos da sociedade.


 


Leia abaixo os principais trechos da entrevista com Gustavo Petta.


 


Você acha que a democracia brasileira é exercida em bases razoáveis de tolerância?
O fato de termos direitos civis e liberdade de expressão, que poderíamos chamar de democracia formal, já é uma grande conquista. Mas não podemos parar por aí. É preciso estabelecer a democracia efetiva, com instrumentos capazes de garantir o respeito à diferença e a tolerância ao outro. Temos as leis, mas é preciso garantir o cumprimento delas.


 


 


Os jovens brasileiros são tolerantes em relação à diversidade humana, social e política?
Os jovens brasileiros são tolerantes, mas não podemos ignorar que há uma cultura da intolerância arraigada nas nossas tradições. A todo instante, precisamos refletir sobre nossa conduta para evitarmos atos impensados, o preconceito que às vezes nem percebemos, mas que deve ser igualmente combatido. Devemos estar sempre ligados, provocando uma tensão com esta tradição conservadora, que é obstáculo ao respeito às diferenças.


 


 


Como você vê a representatividade da juventude em termos de participação política, conquista e defesa de direitos? Há pluralismo de idéias, diálogo?
Infelizmente, vivemos uma crise profunda na política. Os jovens não se interessam com o entusiasmo que deveriam ter. Pior para todos, pois a política é o resultado do nosso envolvimento e assim não teremos as mudanças que gostaríamos de ver. No movimento estudantil, existem, sim, disputas e incompreensão, mas dentro de uma lógica de cooperação. Quando o jovem se organiza no centro acadêmico ou no grêmio, ele precisa buscar formas de associação, de disputar idéias para construir consensos.


 


 


No que os jovens precisam investir para contribuir para uma sociedade melhor?
Em associações de bairro, redes comunitárias, ONGs, movimentos sociais, não importa. Organizar é a palavra de ordem. Quanto mais aprimorada for a organização, maior será a capacidade dos jovens de intervir e lutar por melhorias.


 


 


Como podemos construir um movimento pela democracia, unindo todas as correntes num manifesto mundial pela paz?
A saída passa pela construção de amplos fóruns de discussão em nível global, como é o caso do Fórum Social Mundial, uma referência a partir da qual podemos nos organizar.


 


 


Como fazer o jovem acreditar em política e participar, mesmo com a situação vergonhosa atual dos nossos representantes?
A corrupção tem muitos aspectos perversos. Talvez o maior deles seja a desqualificação da atividade política, a disseminação da idéia de que tudo é a mesma coisa. Por isso, os jovens envolvidos em alguma causa pública têm um compromisso ainda maior de não reproduzir os vícios da política tradicional.