Guatemala vive semana de grandes conflitos sociais

O governo da Guatemala irá enfrentar nesta semana dois conflitos sociais de grandes proporções. Uma grave crise no setor de saúde e um embate recém-criado com as forças estudantis do país deixaram a população da Cidade da Guatemala em alerta, pois ainda n

Os hospitais públicos estão em greve em virtude da ausência de condições mínimas para o atendimento da população. Médicos reclamam da falta de equipamentos, remédios e de salários reduzidos. “A crise no setor hospitalar é uma tema que já dura anos, mas nenhum governo deu a atenção necessária para o problema até agora”, afirmou José Pinzon, líder da Central Geral dos Trabalhadores.



Até o momento não houve avanços no diálogo dos trabalhadores com o governo. Nesta segunda-feira haverá uma nova reunião com clima tenso, pois o presidente Oscar Berger ameaça demitir os grevistas caso estes não retornem ao trabalho.



Privatização estudantil



A outra crise pela qual a Guatemala passa tem como protagonistas o Ministério da Educação e as organizações estudantis. Na semana passada, milhares de jovens bloquearam várias ruas da capital para protestar contra o projeto do governo que prevê uma ampla reformulação acadêmica, considerada privatizante.



O governo argumenta que pretende aumentar a qualidade do ensino no país, mas professores e alunos entendem que a intenção verdadeira do projeto é repassar o ensino para a iniciativa privada gradativamente.



Estudantes e membros do governo devem se reunir novamente esta semana para tentar um acordo. Os jovens não pretendem diminuir o nível dos protestos enquanto não obtiverem garantias de que o projeto será engavetado ou passar por amplas reformulações.