Para Obrador, eleição mexicana teve 'fraude à antiga'

O candidato progressista à presidência do México, Lopéz Obrador, afirmou na noite desta segunda-feira, em entrevista à Radio Educación, que a eleição de 2 de julho sofreu uma 'fraude à antiga'.

Para Obrador, muito se falava no país sobre o risco de uma fraude virtual ou cibernética, mas o que acabou se constatando foram as já denunciadas alterações das atas de registro e contagem dos votos, como se fazia antigamente no país.



De acordo com os números divulgados pelo Instituto Federal Eleitoral (IFE), Obrador foi derrotado pelo governista Felipe Calderón nas eleições presidenciais de 2 de julho por apenas 0,52% dos votos. Devido às claras evidências de fraude no processo eleitoral, a chapa encabeçada pelo candidato oposicionista exige que seja realizada uma nova contagem de votos em todo o país.



Questionado sobre a proposta de reaberutura de todas as urnas para a recontagem voto a voto, Obrador lançou um desafio para o candidato governista Felipe Calderón: 'Se há tanta certeza de que eu fui derrotado, você nada perderá se aceitar nossa proposta'.



Sem ameaças



Obrador aproveitou a entrevista para esclarecer que nunca fez qualquer tipo de ameaça a seu adversário. Após a manifestação do último domingo, quando mais de um milhão de pessoas se reuniram na Cidade do México para protestar contra o resultado anunciado pelo IFE, surgiram rumores de que a equipe de Calderón passou a temer pela segurança de sua família.



'Quando falei da família, o fiz porque são as nossas pessoas mais próximas, e não por qualquer tipo de ameaça. Pelo contrário, minha mensagem para Calderón foi a seguinte: não se deixe cercar por ambiciosos e pelos interesses criados nessa disputa, pois agindo assim conseguiremos fazer a recontagem voto por voto em todo o país', explicou Obrador. 



O candidato da frente 'Pelo Bem de Todos' afirmou também que não reconhecerá a vitória de Calderón caso as autoridades judiciais mexicanas não refaçam a contagem dos votos. Da mesma forma, deixou claro não aceitaria de modo algum incorporar-se a seu governo, desmentindo especulações publicadas em alguns jornais mexicanos nos últimos dias.