Cabeçada de Zidane resulta em multa para Materazzi e suspensão

A medida foi anunciada pela Fifa nesta quinta-feira, horas depois de ouvir Zidane depor no processo que investigava a cabeçada do francês – que corria o risco de ter cassada a Bola de Ouro como melhor jogador da Copa do Mundo. Ele falou por cerca de uma hora e meia na sede da entidade, em Zurique, aonde chegou acompanhado do presidente da Federação Francesa de Futebol, Jean-Pierre Escalettes, e não falou com a imprensa.

Zidane foi multado em 7.500 francos suíços, a unidade-padrão da Fifa (4.840 euros, pouco mais de R$ 13 mil), quantia irrelevante para quem teve uma renda estimada de 6,4 milhões de euros (R$ 17,6 milhões) apenas em salários no Real Madrid – sem contar ganhos com os 19 patrocinadores pessoais que tem. Materazzi teve uma multa menor, na mesma proporção: 5.000 francos suíços (3.250 euros ou cerca de R$ 9 mil).

Sem racismo

A Fifa concluiu que não houve insultos racistas, depois de ouvir os jogadores – Zidane nesta quinta e Materazzi na sexta-feira passada. Estava prevista uma acareação, que foi desmarcada. Zidane explicou em entrevista que Materazzi tinha xingado sua mãe e sua irmã, mas não divulgou o que ele disse. Já o zagueiro italiano reconheceu ofensas “que são comuns nos estádios”, mas negou insultos contra a mãe do jogador, que estava hospitalizada no dia da decisão. Os dois contaram que a discussão começou após o italiano puxar e segurar a camisa do meio-campista francês. Zidane teria “oferecido” a camisa a Materazzi, de forma “arrogante”, de acordo com o italiano.

O zagueiro, no entanto, só foi incluído na investigação depois que Zidane protestou, em entrevista a emissoras de TV francesas, que os provocadores também deveriam ser punidos, porque “sem a provocação não haveria a reação”. A medida irritou os dirigentes italianos, que alegam ser impossível coibir tudo o que se fala dentro de campo.

Com a suspensão, Materazzi fica de fora dos dois primeiros jogos da Itália nas eliminatórias da Eurocopa, contra a Lituânia, no dia 2 de setembro, em Nápoles, e contra a própria França, no dia 6 de setembro, em Saint-Denis, na esperada revanche da decisão vencida, nos pênaltis, pela Itália.