Israel prepara-se para invadir o Líbano por terra

Israel aumentou nesta sexta-feira (21/7) suas presença terrestre no sul do Líbano, com a mobilização de milhares de soldados nas fronteiras, e manteve os seus bombardeios a alvos civis e, segundo os agressores, do Hezbolá. Nas últimas 48 horas, oito so

As últimas quatro baixas aconteceram em combates com libaneses na localidade de Maroun al-Ras. Os israelenses disseram que teriam descoberto uma “rede de abrigos e depósitos subterrâneos”. A mídia internacional citou que “fontes militares” hebraicas admitiram que milhares de soldados israelenses já atuam no sul do Líbano.


Segundo a al-Manar, a televisão do Hisbolá, que foi atacada no início da agressão israelenses, os aviões do Estado sionista continuam atacando a cidade de Baalbek, onde bombardearam uma ponte e uma usina elétrica, e outros locais no vale do Bekaa, no leste do país. Em Tiro, no sul, pelo menos uma pessoa morreu e outras duas foram feridas por um míssil israelense. O Exército israelense já realizou 3 mil operações aéreas nos 10 dias de ofensiva no Líbano, segundo fontes militares.


Em contrapartida, a guerrilha islâmica disparou ontem cerca de 50 foguetes e mísseis contra localidades do norte de Israel. Nesta sexta-feira, um foguete do tipo Katiucha atingiu uma base das Forças Interinas de Emergência da ONU (Finul), no extremo sul do Líbano, sem causar danos, já que a base estava desocupada.


O líder da milícia, Hassan Nasrallah, disse ontem à noite, numa entrevista à rede catariana de televisão al-Jazira, que os dois soldados israelenses prisioneiros de guerra só serão soltos “através de negociações indiretas, com uma troca” por prisioneiros libaneses e árabes.


Contra a invasão


Em Israel, embora o apoio à agressão ainda seja alto e sugestionado pela propaganda governamental, o instituto de pesquisas Rafi Smith divulgou uma pesquisa indicando que apenas 31% da população masculina apóia uma invasão terrestre. A pesquisa revela também que, entre as mulheres israelenses, o apoio a tal operação cai ainda mais – chegando a somente somente 21%.


Alguns militares israelenses, entrevistados pela emissora britânica BBC, revelaram discordância sobre negociar ou continuar a agressão. O ex-chefe do Estado Maior e general da reserva Dan Shomron deseja uma invasão terrestre. “Para fazer com que o Hezbolá pare de constituir uma ameaça para Israel, temos que chegar aos próprios lugares com infantaria, senão os lançadores de foguetes vão permanecer no sul do Líbano”, disse Shomron ao canal 10 da TV israelense.


Já o general Giora Ayland, ex-chefe do Conselho de Segurança Nacional, acha que é impossível desarmar o Hezbolá por meios militares e apóia um processo diplomático. “Devemos encontrar um meio de chegar a um acordo com o governo libanês, um acordo que seja possível para os dois lados. E Israel também deverá fazer concessões”, disse Ayland ao canal estatal da TV israelense. “Uma invasão terrestre teria uma eficácia duvidosa e um preço muito alto”, acrescentou Ayland.


Já outros israelenses pertencem à minoria que exige um cessar-fogo imediato e é contra a guerra em geral, seja aérea ou terrestre. Entre eles está o professor de lingüística Idan Landau, da Universidade Ben Gurion. Em artigo publicado no site Ynet, Landau recomenda seguir a “lógica da vida e não a lógica da escalada”.


“Vocês que estão lá em cima, peço-lhes que molhem a cabeça com água fria, várias vezes, respirem fundo, devolvam seus brinquedos letais aos depósitos e depois comecem finalmente a cuidar da única coisa para a qual vocês foram eleitos: proteger a nossa vida”, pediu Landau.