Cai o número de aprovados no Ensino Médio em São Paulo

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo divulgou números alarmantes nesta segunda-feira (31/7). Um levantamento mostra que, ano a ano, menos estudantes do Ensino Médio, o antigo colegial, conseguem avançar para a série seguinte. Os dados mostram q

As informações foram enviadas pela pasta ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), que, além dos gastos do governo, avalia seus indicadores de gestão – 1997 foi o primeiro ano que o órgão analisou a aprovação escolar. Desde então, a taxa só melhorou em 1998 e 2001.



Segundo o relatório, no ano passado 77,4% dos alunos avançaram de série; em 1997, eram 83,6%. Em 2004, o índice foi de 78,3%. Considerando que em 2005 a rede estadual possuía 1,6 milhão de alunos matriculados, isso significa que quase 365 mil secundaristas não foram aprovados em 2005.



Diferentemente do ensino fundamental (antigo primário e ginásio) nas escolas estaduais, na educação média o aluno pode ser retido em qualquer série.



Motivos



Educadores têm explicações diferentes para a queda. Uma parte culpa a progressão continuada no ensino fundamental, aliada a uma má qualidade de ensino; a outra aponta a possibilidade de ter havido uma mudança de orientação do governo estadual.



“Com a política de ciclos, o aluno vai sendo empurrado, carregando dificuldades”, diz a psicóloga e coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Ângela Soligo. No sistema de ciclos, o estudante só pode ser reprovado na quarta ou na oitava série do fundamental.



Opinião parecida tem a presidente em exercício da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha. “Além disso, o ensino médio não tem identidade. O aluno não vê estímulo para estudar.”



Já Dagmar Zibas, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, aponta outra possibilidade. “Pode ser que tenha havido uma mudança de indicação da secretaria. Me parece que antes a intenção era aprovar o maior número possível de alunos, para melhorar os índices.”



A assessoria de imprensa do TCE informa que o órgão não comentaria os dados. As informações sobre a aprovação foram retiradas do relatório de contas anuais da administração estadual, exercício 2005, quando o governador do Estado era Geraldo Alckmin (PSDB).