Premiê de Israel aprova resolução que prevê cessar-fogo no Líbano

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, aceitou os termos do projeto de resolução que prevê um cessar-fogo no Líbano, mas dará continuidade à ofensiva contra o grupo terrorista Hizbollah até que o gabinete israelense aprove a trégua, informaram nes

Olmert, o ministro da Defesa Amir Peretz e a ministra de Relações Exteriores Tzipi Livni concordaram com os pontos do projeto de resolução apresentado hoje no Conselho de Segurança (CS) da ONU, de acordo com fontes do governo citadas, sob a condição de anonimato, por agências de notícias.


 


Gideon Meir, alta autoridade da chancelaria israelense, declarou que Olmert vai discutir com seu gabinete os termos do acordo em sua próxima reunião, neste domingo (13).


 


Fontes do governo, no entanto, explicaram que a ação militar irá continuar até a votação no domingo.


 


França e Estados Unidos chegaram a um acordo hoje sobre o projeto de resolução para o fim do conflito, informou a ministra de Relações Exteriores do Reino Unido, Margaret Beckett.


 


Beckett fez o anúncio, em Nova York, após extensas negociações sobre o texto, que deve ser submetido nas próximas horas aos membros do CS para uma possível votação.


 


Ontem, a Rússia apresentou ao CS um projeto de resolução que pede trégua de 72 horas e ação urgente para as questões humanitárias.


 


O embaixador dos Estados Unidos na ONU, John Bolton, afirmou que a resolução franco-americana para pôr fim ao conflito poderia ser votada nesta sexta-feira. ''Nós encerramos alguns pontos de divergência com a França'', disse.


 


EUA e a França têm buscado resolver diferenças sobre o prazo para a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano e alcançar um entendimento sobre a resolução.


 


O documento russo também manifestou horror frente ao número de mortos do conflito. Desde o último dia 12, quando o Hezbolá seqüestrou dois soldados israelenses, em ação que deixou ainda oito soldados israelenses e dois membros do Hizbollah mortos, forças israelenses atacam o Líbano por terra, ar e mar, deixando inúmeras cidades libanesas destruídas, sem luz, água e telefone. Em resposta, o Hizbollah lança foguetes: mais de 3.000 já atingiram o norte de Israel.


 


Mais de mil pessoas morreram no Líbano, a maioria civis –sendo 30% deles crianças com menos de 12 anos. No lado israelense, as baixas somam 123– entre soldados e civis, que também inclui mulheres e crianças.


 


O projeto de resolução apresentado hoje por Estados Unidos e França pede um cessar-fogo entre o Hezbolá e Israel e o posicionamento de forças libanesas no sul do Líbano, paralelamente à retirada das tropas do Estado israelense.


 


O texto revisado, que deve ser votado ainda hoje pelo CS, também elabora um plano político com elementos necessários para a obtenção de um cessar-fogo permanente e uma solução do conflito a longo prazo.


 


Concretamente, o texto exige ''o término completo das hostilidades'' e, em particular, que os combatentes do Hizbollah interrompam todos os ataques e que Israel suspenda todas as ''operações militares'' na região.


 


Uma vez obtido o término das hostilidades, a resolução pede que o governo do Líbano e a Força Provisória da ONU no sul do país (Unifil) postem forças conjuntas, enquanto exige do governo de Israel que retire todos os oficiais de seu Exército do sul libanês.


 


Isso permitirá, segundo a resolução, que o governo do Líbano amplie seu controle a todo o território, como estabelecido na resolução 1559 e nos acordos de Taif, que puseram fim à guerra civil libanesa.


 


No texto, volta a ser feita uma chamada às partes envolvidas para que respeitem a linha azul, marcada pela ONU quando Israel se retirou do sul do Líbano em maio de 2000.


 


Além disso, reitera-se a necessidade de preservação da integridade territorial, da soberania e da independência política do Líbano com suas fronteiras reconhecidas internacionalmente, como contempla um acordo de armistício firmado em 1949 por autoridades libanesas e israelenses.


 


Na resolução franco-americana também há um apelo à comunidade internacional para que adote as medidas necessárias para prestar assistência em matéria financeira e humanitária ao povo do Líbano, concretamente para que os 900 mil desabrigados possam retornar a suas casas e o governo possa reabrir seus portos e aeroportos.


 


Entre os elementos e princípios políticos que devem levar a uma trégua permanente são feitas menções à hipótese de que nenhuma força externa pode ser postada em território libanês sem o consentimento do governo de Beirute.


 


Também fica estipulada a suspensão do fornecimento e da compra de armas e munição por parte do Líbano, com exceção das transações autorizadas pelo governo. Além disso, o documento pede que Israel disponibilize à ONU o mapa de campos minados no Líbano, para que os explosivos sejam detonados.


 


Na resolução, também fica concretizado o mandato da Unifil, que será responsável pela supervisão do término das hostilidades e a coordenação do destacamento das forças libanesas e da retirada militar de Israel.


 


A força de paz também prestará serviços humanitários de distribuição de ajuda à população civil e auxiliará no retorno dos desabrigados, assistindo o governo libanês nas tarefas de aplicação do plano de ação política.


 


Para isso, a Unifil, que conta atualmente com 2.000 soldados, deverá ser reforçada. Por isso a resolução pede ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que empreenda ações necessárias para que as forças operacionais de paz do órgão possa desempenhar todas estas funções.


 


Na mesma resolução, fica determinada a prorrogação do mandato da Unifil até 31 de agosto de 2007.


 


Com agências internacionais