Estudantes saem às ruas em defesa de seus direitos

Sexta feira (11/8) de sol na terra da garoa. Uma data marcada pelo manifesto da juventude, que foi às ruas reunindo cerca de cinco mil pessoas para celebrar o Dia do Estudante. A multidão que levantava bandeiras das militâncias, contrastando com o céu azu

Comemorando também o 69º aniversário da União Nacional dos Estudantes (UNE), os jovens saíram às ruas de São Paulo e outras cidades num grande ato nacional em defesa de um país mais justo. Na capital paulista, a concentração para a manifestação aconteceu em frente à Assembléia Legislativa de São Paulo, às 9 horas. Os estudantes percorreram toda a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio. No cruzamento com a Av. Paulista, numa breve parada, os manifestantes se uniram numa só voz para cantar o hino nacional. A marcha seguiu até o Largo São Francisco.


Com gritos de guerra, milhares de estudantes expressavam patriotismo e indignação, com rostos pintados de verde e amarelo. Entre as reivindicações, estavam o direito à meia-entrada em eventos culturais e esportivos, a aprovação do projeto da Reserva de Vagas e da Reforma Universitária e a defesa do passe estudantil no transporte público.



O presidente da UNE, Gustavo Petta, ressaltou que ''a juventude não deve, nem vai cruzar os braços, pois conhece seus direitos, quer participar e intervir no futuro político do país e não lhes falta disposição para lutar''.



''Essa mobilização tem o objetivo de impulsionar as mudanças no país e combater à política neoliberal, que impera há 12 anos no estado de São Paulo'', avalia Osvaldo Lemos, diretor de relações institucionais da UBES.



Representatividade



Entre idas e vindas, congressos, novos estatutos, luta contra a ditadura, governos de direita, mudanças no cenário da educação superior, CPC, CUCA e Bienal, a UNE, fundada em 1937, está mais viva do que nunca, prestes a chegar aos 70 anos. Ao longo de todos esses anos, a entidade marcou presença nos principais acontecimentos políticos, sociais e culturais do Brasil. Desde a luta pelo fim da ditadura do Estado Novo, pelo desenvolvimento nacional na época da campanha ''O Petróleo é Nosso'', enfrentando os anos de chumbo do regime militar, as Diretas Já e o impeachment do presidente Collor. Da mesma forma, foi um dos principais focos de resistência às privatizações e à implementação do neoliberal que marcou a Era FHC.



Nos dias de hoje, a entidade máxima de representação dos estudantes atua em diversas frentes de trabalho. Entre elas, destacam-se o novo Projeto Rondon, o combate ao aumento das mensalidades, a discussão das políticas públicas para a juventude e a consolidação do Circuito Universitário de Cultura e Arte, (CUCA-UNE); além da luta pelo respeito à livre orientação sexual, do combate ao racismo, entre outras bandeiras.



O presidente da entidade Gustavo Petta, destaca o papel que a une também representa na construção do projeto de Reforma Universitária, que está em tramitação no Congresso Nacional. ''A Une encaminhou emendas ao projeto de lei. Vamos para as ruas garantir a Reforma Universitária, com ensino público, gratuito e de qualidade'', convoca.



De acordo com o diretor de Políticas Educacionais da UBES, Osvaldo Lemos, o objetivo desse ato é mostrar o quanto a educação, em São Paulo, tem sido esfacelada e tratada de forma secundária. Para ele, é necessário mais investimento em todo o sistema Educacional principalmente na infra-estrutura da escola pública e em melhores salários para os professores.



Os estudantes defenderam o passe estudantil no transporte público e a ampliação desse benefício aos alunos de cursos pré-vestibulares. Também defendem a aprovação da lei de cotas, que reserva 50% de todas as vagas nas universidades federais para alunos de escolas públicas, incluindo e respeitando as populações negras e indígenas de cada estado.