Países lusófonos se unem para fortalecer educação de jovens e adultos

O Brasil e outros seis países de língua portuguesa vão firmar acordos para estabelecer ações que diminuam o analfabetismo e fortaleçam a educação de jovens e adultos. Esta foi uma das conclusões do primeiro dia de discussões da Oficina para a Coop

Consolidar cooperações técnicas já existentes e constituir uma rede de parcerias entre os países, com  uma agenda de ações conjuntas estão entre os objetivos da oficina. A idéia agora é substituir a cooperação individual pela soma de esforços para saber o que cada país pode oferecer ao grupo das nações lusófonas.


 


“A idéia é fazer um plano de cooperação multilateral, não bilateral”, afirmou Timothy Ireland,  diretor do Departamento de Educação de Jovens e Adultos do Ministério da educação (MEC), lembrando que o Brasil já tem parceria com Moçambique para alfabetizar jovens e adultos. Este ano, serão formados gestores e formadores naquele país, em quatro oficinas.


 


“É necessário construir políticas para trazer os adultos jovens de volta à escola”, afirmou o secretário-executivo-adjunto do MEC, André Luiz de Figueiredo Lázaro.  Ele lembrou que o Brasil ainda tem 60 milhões de pessoas que não completaram o ensino fundamental e que metade delas nem sequer concluiu a quarta série. “Temos ainda 14 milhões de analfabetos absolutos”, disse Lázaro.


 


Ajuda


 


Na opinião do chefe da Assessoria Internacional do MEC, Alessandro Candeas, apesar do Brasil ter esses números na educação, pode ajudar a diminuir o analfabetismo nas nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).


 


Segundo Candeas, são fatores de sucesso nessa perspectiva, o peso democrático da alfabetização no Brasil, a engenharia institucional – o diálogo do MEC com várias estatais e a sociedade civil – , a avaliação da qualidade e a visão sistêmica das ações educacionais.


 


O assessor especial da Unesco para a Educação, Célio da Cunha, destacou que o fato da língua portuguesa ser falada entre os países que participam da oficina favorece a formação dos professores e de estratégias para as comunidades de aprendizagem.


 


Ele Lembrou que é preciso estabelecer novo patamar do conhecimento que não se esgote em projetos.  “É importante termos políticas de cooperação entre nações de língua portuguesa que assegurem a continuidade das ações”, disse.


 


Índices


 


Os países africanos que participam da oficina apresentam altas taxas de analfabetismo. De acordo com Alberto Sobrinho, representante de Angola, 60% dos angolanos maiores de 15 anos de idade ainda são analfabetos, numa população total de 15 milhões de habitantes. “Enfrentamos uma guerra de 30 anos, que só acabou há três anos”, justificou.


 


Os participantes da oficina entendem que as universidades podem dar sua contribuição para diminuir o analfabetismo e avançar na educação de jovens e adultos nos países da CPLP. Daí a importância da participação do Fórum das Assessorias das Universidades Brasileiras para Assuntos Internacionais (Faubai).


 


“Representamos 153 universidades e queremos criar parcerias, otimizar ações e compartilhar boas práticas de educação com países em desenvolvimento”, disse Luciane Stallivieri, presidente do fórum.


 


A oficina será realizada até quinta-feira (17/8), abordando temas como financiamento, formação e condições de trabalho do alfabetizador, material de ensino e incentivo à leitura, estatísticas, monitoramento, avaliação e formação profissional.


 


Nesta quarta-feira (16/8), será lançado o Relatório Conciso de Monitoramento Global de Educação para Todos, da Unesco. Na quinta, os participantes conhecerão a experiência em alfabetização do Centro de Educação Paulo Freire, de Ceilândia, Distrito Federal.


 


O evento é promovido pelo MEC, Unesco e Agência Brasileira de Cooperação (ABC).


 


Fonte: MEC