Grupo iraquiano usa filme de Michael Moore para atacar EUA

Em um exemplo recente da guerra de propaganda cada vez mais sofisticada que vem sendo travada no Iraque, um grupo militante do país árabe divulgou um vídeo bem produzido sobre supostos ataques contra soldados dos Estados Unidos.

The Code of Silence (O Código do Silêncio) foi colocado na Internet pelo Exército Rashedeen, um pequeno grupo sunita que já apresentou, em outras ocasiões, gravações com ataques que diz ter realizado.


 


A produção de quase uma hora é a maior e a mais profissional das feitas recentemente pelos grupos militantes contrários ao atual governo iraquiano (aliado dos Estados Unidos).


 


Os militares norte-americanos disseram nesta semana que a rede Al Qaeda estaria refinando sua estratégia por meio da produção de peças de propaganda e por meio do acréscimo de uma base política a sua violenta campanha de atentados suicidas no Iraque.


 


Plagiando cenas do documentário pacifista Fahrenheit 11/9, de Michael Moore, e falando em inglês, o narrador do Rashedeen critica o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, enquanto apresenta imagens de veículos blindados Humvee destruídos e de supostos corpos de soldados norte-americanos.


 


Não foi possível descobrir quando o documentário havia sido gravado e nem verificar a autenticidade das imagens mostradas pelo grupo, cujo nome significa Exército dos Guiados pela Retidão.


 


Em um dado momento, o documentário passa a exibir uma cena do premiado filme de Moore, de 2004. Na cena, o diretor faz lobby contra a guerra na escada do Congresso em Washington.


 


“Afinal de contas, há pessoas honestas e influentes nos Estados Unidos e, se o senhor Moore pode falar com vocês dessa forma, eu também posso”, afirma o narrador do documentário do Rashedeen.


 


Além de vários ataques com bombas e foguetes, o documentário também mostra dois militantes fazendo um buraco em uma cápsula de artilharia para transformá-la em uma bomba caseira antes de enterrá-la.


 


“Nos bons e velhos tempos da invasão, esse costumava ser o show de um homem só. Não mais. Os garotos de vocês ficaram espertos. Eles começaram a nos emboscar. Hoje eles usam grandes unidades”, disse o narrador.


 


“Isso é bom. Significa que os seus garotos estão correndo de lá para cá o dia todo, sete dias por semana. E isso é realmente devastador para eles, especialmente se não dispõem de nossa arma secreta – a paciência”.