Obrador denuncia pressão sobre Tribunal Eleitoral mexicano

O candidato presidencial oposicionista mexicano, Andrés Manuel López Obrador, denunciou neste domingo o  que classificou de pressões das autoridades eleitorais do país para que ele avalise a vitória governista nas eleições de 2 de julho. Num discurso

O Tribunal deve se pronunciar sobre as denúncias de fraude feitas pela coalizão Pelo Bem de Todos, que lançou López Obrasdor, antes de proclamar o presidente eleito. O prazo legal para isto vai até 6 de setembro.



“Canhonaços de dinheiro”



“Não será temerário dizer que estão na ordem do dia os canhonaços de dinheiro e os oferecimentos de cargos públicos para o futuro”, afirmou o candidato, para dezenas de milhares de simpatizantes. O comício foi convocado pelos três partidos da coalizão, o PRD (da Revolução Democrática), o PT (do Trabalho) e a Convergência pela Democracia.



López Obrador ressaltou a resistência pacífica da população, mobilizada pela denúncia de fraude. “Completamos 22 dias desde que nos declaramos em assembléia permanente e desde que instalamos nossos acampamentos da dignidade, para demonstrar nossa firme defesa de um dos mais elevados direitos de nosso povo”, afirmou.



“Fox restaurou o sistema caduco”



“Estamos aqui porque, como em outros momentos da história, um grupo de privilegiados se adonou do poder e pretende anular a vontade popular”, analisou López Obrador. Ele acusou o presidente Vicente Fox de trair o anseio de mudança democrática dos cidadãos que o elegeram pensando que ele cumpriria a promessa de acabar com o antigo regime do PRI (Partido Revolucionário Institucional, que permaneceu no poder por sete décadas, até as eleições de 2000, vencidas por Fox).
“Em lugar de se propor a transformar o país pela via democrática, dedicou-se em essência a restaurar o sistema político caduco e negociou com as máxias e caciques que hoje detêm o poder nas regiões”, disse o candidato.



Convenção nacional dia 16



O líder oposicionista censurou também o que classificou de aliança dos setores de direita do PRI com o governo do PAN (Partido de Ação Nacional). Indicou que as duas cúpulas “são um grupo compacto, com o único propósito de defender seus privilégios”.



López Obrador reafirmou a convocação, para 16 de setembro, de uma convenção nacional democrática, que terá lugar no Zócalo. Nesta data acontece no México o tradicional desfile militar que assinala o dia da independência. O objetivo do encontro é definir as ações da coalizão caso o Tribunal Eleitoral imponha como presidente o candidato da direita nas eleições, Felipe Calderón, também do PAN.