Câmara abre exposição sobre Bonifácio e visitas ao público no feriado

O presidente da Câmara Aldo Rebelo (PCdoB-SP) abriu, nesta quarta-feira (6), a exposição “José Bonifácio, Uma Vida em Documentos”, no Salão Negro do Congresso Nacional. A exposição, constituída de 14 painéis,  fica aberta ao público até o dia 10,

A Independência do Brasil, ocorrida em 7 de setembro de 1822, foi possível, segundo o historiador Jorge Caldeira, que organizou o sítio de Bonifácio na Internet, “porque estava em vigor um acordo político costurado por ele: os republicanos aceitariam a monarquia comandada pelo herdeiro do trono português e, este, o poder de um parlamento”. Jorge Caldeira é doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo.


 


O Salão Negro, local da exposição, é a porta de entrada do serviço de visitação ao Congresso Nacional, que permanecerá aberto no feriado do Dia da Independência. O serviço funcionará normalmente, de 9h30 às 17h. A expectativa é de que 5 mil pessoas visitem a Câmara e o Senado.


 


A visitação ao Palácio do Congresso Nacional existe desde 1996. De 2003 a 2005, 345 mil pessoas visitaram a Câmara dos Deputados, 145 mil só no último ano. Durante a visitação, os turistas recebem folders com informações sobre a Câmara em três idiomas – português, inglês e francês.


 


Patriarca da Independência


 


O sítio www.obrabonifacio.com.br, com 10.178 páginas de documentos e manuscritos, conta a história deste personagem histórico que moldou as instituições políticas do Brasil, foi tutor do príncipe regente Dom Pedro II e é também considerado “o Patriarca da Independência” do país.


 


Os eventos fazem parte do projeto “Os Construtores do Brasil”, uma galeria de 22 personalidades fundamentais no processo histórico da formação da nação brasileira. A galeria foi inaugurada em abril e fica localizada no gabinete do presidente da Câmara. Cada um dos “construtores” vai receber, ao longo dos próximos meses, destaques especiais como exposição de imagens e textos biográficos. Em outubro, serão destacados o Padre Manoel da Nóbrega e o ex-presidente Getúlio Vargas.


 


Os 14 painéis da exposição sobre José Bonifácio de Andrada e Silva mostram, cronologicamente, a atuação deste brasileiro nascido em Santos no dia 13 de junho de 1763 e que morreu no Rio de Janeiro em 1838.


 


De cientista a político


 


A exposição e o sítio eletrônico contam a vida de José Bonifácio, que deixou o Brasil aos 19 anos para estudar em Coimbra, Portugal. Aluno brilhante, tornou-se membro da Academia de Ciências de Lisboa, ganhando bolsa de estudos do governo português para se aperfeiçoar, durante dez anos, à partir de 1790, em vários países da Europa, antes de vir para o Brasil.


 


Bonifácio trouxe para a corte brasileira, depois de nomeado ministro por Dom Pedro I, em 1822, a idéia de um poder de fonte popular. O resultado das iniciativas políticas foram a instalação de uma Assembléia Constituinte, a nomeação de embaixadores, a reunião de forças militares e o afastamento do poder de pessoas que eram leais a Lisboa. José Bonifácio preparou, desta maneira, a rápída separação do Brasil da Coroa Portuguesa.


 


Parte do plano funcionou, mas a divisão do poder com parlamentares eleitos – Bonifácio tornou-se deputado para a Assembléia Constituinte – não foi simples. D. Pedro I resistiu ao Parlamento. Sua atuação parlamentar foi marcada pela apresentação de propostas para a inclusão de índios e escravos na cidadania. Esta opção pelos excluídos lhe valeu seis anos de exílio na França.


 


José Bonifácio voltou ao Brasil em 1829, a tempo de ver o imperador ser derrubado pelo Parlamento, em 1831. Foi, então, nomeado tutor de Pedro II, papel que exerceu entre 1831 e 1833, sendo afastado do poder para uma prisão domicilar que durou até 1835. Morreu três anos depois.


 


Com Agência Câmara