Israel suspende bloqueio aeronaval ao Líbano após 8 semanas

Após oito semanas, Israel suspendeu nesta sexta-feira o bloqueio aeronaval contra o Líbano, entregando o controle do litoral do país árabe a uma força-tarefa internacional.

Na quinta-feira Israel já havia suspendido o bloqueio aéreo. O fim das restrições marítimas permite que o Líbano acelere a reconstrução de pontes, casas, estradas e fábricas devastadas por 34 dias de guerra entre Israel e o Hizbollah.


 


“O bloqueio acabou”, disse Miri Eisin, porta-voz do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.


 


O general Alain Pellegrini, comandante da Unifil (força da ONU no Líbano) disse que a força naval, comandada pela Itália, já está em funcionamento e substituiu os barcos israelenses nas patrulhas.


 


“O bloqueio prejudicou seriamente a economia libanesa, e já passa da hora de acabar com ele e permitir que as pessoas voltem a suas vidas”, disse Pellegrini em nota.


 


O objetivo do embargo israelense, criticado por muitos países, era impedir o Hizbollah de receber armas. O Líbano dizia que isso era uma punição coletiva.


 


“Os barcos israelenses receberam ordens de entregar a implementação do embargo de armas à força internacional. A comunidade internacional vai continuar impondo o embargo de armas pelo mar ao Líbano”, disse Eisin.


 


A Unifil disse que quatro navios italianos estão ajudando a Marinha libanesa a controlar as águas territoriais do país. A França prometeu duas fragatas com helicópteros e um navio de transporte. Posteriormente, as embarcações francesas e italianas devem ser substituídas por uma força naval alemã.


 


Os vôos de e para Beirute foram retomados na quinta-feira à noite. Várias empresas árabes e de outras regiões anunciaram a normalização das suas operações no Líbano.


 


A Itália prometeu enviar em breve mais soldados ao sul do Líbano, que, junto com outras forças européias, vão compor “a força terrestre efetiva” que abrirá caminho para que Israel desocupe o território.


 


“Acho que em uma semana a força multinacional estará em 5.000 pessoas”, disse o chanceler italiano, Massimo D'Alema, em Tel Aviv. “Os franceses e os espanhóis estão vindo, e será possível ter um acordo para a retirada das tropas israelenses nos próximos dez dias”.


 


A imprensa israelense disse que a retirada deve terminar antes do feriado do Ano-Novo judaico, que começa em 22 de setembro.


 


Olmert anunciou também que está disposto a discutir a posse das Fazendas Shebaa caso o Líbano desarme o Hizbollah, segundo a imprensa israelense. As Fazendas Shebaa são um pequeno território reivindicado pelo Líbano, mas considerado pela ONU como parte da Síria. A área, vizinha às colinas do Golã, está sob ocupação israelense desde 1967.


 


Fonte: Reuters