Desnutrição infantil tem queda de 58% em Moc

O Norte de Minas teve uma queda de 58% no índice de desnutrição infantil, nos últimos cinco anos, de acordo com dados divulgados no dia 20/9 pela Pastoral da Criança, durante o Seminário de Segurança Alimentar, na Casa de Pastoral, em Montes Claros.


    Em 2002, a região contava, em cada mil, com 32,6 crianças de 0 a 6 anos desnutridas nas dioceses de Montes Claros, Janaúba e Januária e esse índice caiu progressivamente, para 21,3 em 2003; 17,5 em 2004; 13,9 em 2005 e 13,8 em 2006. O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, participou da abertura do evento.


 


    Segundo o levantamento da Pastoral da Criança, houve queda também no número de crianças nascidas com baixo peso, que em 2002 era de 16,5, em cada mil. Em 2003 ocorreu um elevação, passando para 30,2; em 2004 chegou a 23,1, mesmo número de 2005; e em 2006, está em 16,3. O número de gestantes desnutridas também caiu: em 2002, foram 29 mulheres em cada mil; em 2003, 32; em 2004, 25; em 2005, 21; e em 2006, 22.


 


    No seminário, a coordenadora estadual da Pastoral da Criança, Carmem Lúcia Costa, afirmou que a queda dos índices de desnutrição no Norte de Minas é reflexo do Programa Leite Pela Vida, que atualmente distribui 150 mil litros do produto na área mineira da Sudene. «A região tinha um alto índice de crianças nascidas com baixo peso, muitas delas com menos de dois quilos. O mínimo estabelecido é de 2,5 quilos. Porém, graças ao trabalho das voluntárias da Pastoral da Criança e o pacto com as mamães, esses indicadores estão melhorando», garante Carmem Lúcia. O coordenador estadual do programa, Luiz Henrique Maia Santiago, alega que os indicadores apresentados são altamente satisfatórios e animadores, comprovando o impacto social positivo do programa.


 


    O ministro Patrus Ananias conheceu o menino Sebastião Denísson Soares da Silveira Filho, nascido em 15 de dezembro de 2005 com apenas um quilo e que corria risco de morte. Com oito meses, a criança está recuperada e já tem 12 quilos. A sua mãe, Juliana Gonçalves Martins, 23 anos, conta que, no quarto mês de gravidez, seu marido, Sebastião Denísson, que era vendedor de pneus em Brasília, foi assassinado quando voltava do serviço. Ela disse que ficou abalada psicologicamente, veio morar em Montes Claros e teve uma gravidez de risco. A criança, depois que nasceu, passou a ser acompanhada pela Pastoral da Criança e alimentada com o leite distribuído gratuitamente. Juliana afirmou que sobrevive com a pensão de R$ 300 que recebe.
Na reunião, a Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams) reivindicou ao ministro Patrus Ananias a ampliação do Programa Leite Pela Vida, dos atuais 150 mil litros para 300 mil litros/dia, para atender 260 mil famílias – hoje, são 150 mil.


 


Fonte: Jornal Hoje em Dia