China despacha Hollywood de vez e investe em cinema nacional

Mais do que nunca, as produções hollywoodianas ficarão em segundo plano na China – a nação mais populosa do planeta. O Ministério da Cultura chinês lançou uma campanha para promover filmes nacionais que celebrem o passado revolucionário e as figuras herói

Trata-se do “Mês de Exibição de Excelentes Filmes Nacionais Outubro Outono Dourado”. A iniciativa partiu de várias organizações estatais de cinema e vai destacar filmes locais. A campanha, de quebra, empurrou para novembro a estréia de megaproduções americanas. Miami Vice, estrelado por Jamie Foxx e pela atriz chinesa Gong Li, será adiado para o próximo dia 1º. Já As Torres Gêmeas, de Oliver Stone, não vai estrear antes de 11 de novembro, informou o portal Internet Sina.com.


 


Os filmes estrangeiros não foram totalmente excluídos. Três deles tiveram suas estréias aprovadas para outubro, disse o jornal Chongqing Morning Post. A lista inclui Spymate, um infantil canadense sobre um chimpanzé superespião; Final Contract: Death on Delivery, telefilme rodado na Alemanha; e The White Planet, um documentário franco-canadense sobre o Pólo Norte.


 


A campanha
O “Mês de Exibição de Excelentes Filmes” terá uma dezena de longas-metragens. Segundo Tong Gang (diretor da Administração Estatal de Rádio, Cinema e Televisão), “os dez filmes destacados envolvem material revolucionário e histórico de peso, a vida moderna nas cidades, figuras heróicas e temas infantis”. Ao jornal Beijing Times, Gang também declarou que “a diversidade ressalta o estado rico, colorido e realista dos filmes nacionais”.


 


Os filmes incluem títulos como Minha Longa Marcha, China, 1949 e Duas Mulheres Envoltas em Lenços Vermelhos – este último um romance trágico, ambientado numa comunidade isolada pela neve, em que Xin Feng representa uma viúva cujo marido é morto por um urso negro.


 


A China restringe hoje a exibição de filmes importados a cerca de 25 por ano. A maioria dos grandes sucessos de Hollywood acaba sendo encontrada em formato DVD pirata, semanas após seu lançamento internacional.


 


Veto a Jay-Z
Numa notícia separada, o Shanghai Daily informou que o Ministério da Cultura considerou o rapper americano Jay-Z ofensivo demais para ser autorizado a apresentar-se no território chinês. Um show do cantor, previsto para 23 de outubro no estádio de futebol Hongkou, em Xangai, foi cancelado.


 


O motivo é que “algumas das canções de Jay-Z contêm um excesso de linguajar chulo”, teria dito o promotor do concerto, Sun Yun, segundo o jornal. “Como muitos rappers, Jay-Z é conhecido por usar linguagem chula e por suas canções sobre o lado pesado da vida nas ruas, traficantes de drogas, cafetões e violência”, disse o periódico.


 


O cancelamento de Jay-Z acontece semanas depois de Robbie Williams, citando razões de saúde, ter cancelado um concerto programado para o mesmo local no dia 4 de novembro.