Pesquisas aproximam Requião de Lula

Coincidindo com o crescimento das intenções de votos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Paraná, o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, deve declarar hoje, em Curitiba, o Paraná como uma área livre da febre aftosa. A dez dias da

Pela primeira vez, Lula está com a mesma pontuação do governador licenciado Roberto Requião (PMDB), que conforme o Datafolha também está com 49% das intenções de votos para o governo. Durante todo o primeiro turno da campanha, Lula aparecia atrás do peemedebista e esta distância sempre foi um argumento usado pelo setor pró-Alckmin no partido para desconectar Requião da campanha à reeleição do petista.


 


Com a subida de Lula, cresce no PT a expectativa de que o governador anuncie o apoio ao presidente no comício de sábado, dia 21, na Boca Maldita, em Curitiba. Seria a última oportunidade para Requião se reconciliar com o palanque do petista, avaliam os petistas. No início da semana, PT e PMDB formalizaram a aliança, mas Requião não participou do ato.


 


Para um dos coordenadores da campanha de Lula no Paraná, Jorge Samek, a subida de Lula nas pesquisas no Paraná é resultado direto das condições de igualdade de propaganda no segundo turno, que permitiu a Lula mostrar o que fez em três anos e meio de governo. “A realização do segundo turno da eleição acabou sendo uma bênção para Lula mostrar as realizações do seu governo. O que aconteceu foi isso. Com dez minutos diários e outros sete de inserções diárias, muitas questões foram esclarecidas”, comentou.


 


A declaração do Paraná como área livre de aftosa pode ajudar na decisão de Requião. Samek disse que as últimas declarações de Requião sobre os empecilhos encontrados pela Copel junto ao governo de São Paulo para participar de um leilão de distribuição de energia e as posições antiprivatistas de Requião são sinais eloqüentes do que chama de “identidade” entre Lula e o governador paranaense.


 


Dados


 


Em relação ao primeiro Datafolha do Paraná no segundo turno, divulgado no dia 6, Lula ganhou nove pontos percentuais. Passou de 40% para 49%, enquanto Alckmin perdeu 3%, caindo de 49% para 46%. Os eleitores indecisos somam 2% e os votos brancos e nulos outros 2%.


 


No primeiro turno, Lula obteve 37% dos votos no Paraná. Em duas semanas, subiu 12 pontos percentuais. Já Alckmin, que acabou o primeiro turno com 53% das intenções de votos, perdeu sete pontos percentuais. O Datafolha ouviu 7.133 eleitores nos dias 16 e 17 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.


 


Gleisi Hoffmann, que divide a coordenação de Lula no Paraná com Samek, analisou que o trabalho de militância contribuiu para o crescimento de Lula no Paraná. Mas ela atribuiu também a melhora do desempenho do petista à entrada do PMDB na campanha. “Nossa militância está trabalhando empolgada. Agora, com a entrada do PMDB na nossa campanha, temos muito a ganhar”, disse.


 


Barbas de molho


 


Ontem, em entrevista à rádio CBN, Requião voltou a dizer que não sabe se vai ao comício do Lula. “A princípio, eu tenho uma agenda paralela, compromissos estabelecidos anteriormente no interior, mas eu trabalho na politica da seguinte maneira: em primeiro lugar a minha consciência, em segundo lugar, os interesses do país e em terceiro lugar a situação partidária”, afirmou o governador.


 


Ele se declarou “assustado” com a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) defendendo a privatização da Petrobras. “É o projeto tucano, isso me bota as barbas de molho. Estou avaliando as coisas, mas não é possível que a gente volte àquela situação de desespero de venda do patrimônio público”, comentou.


 


Elisabete Castro – Paraná-Online