Impasse na Europa: Bancos mantêm otimismo, mas juros sobem

A taxa de juro na Zona Euro deverá subir para 4% até final de 2007, num cenário internacional de aumento de taxas no Japão, de redução nos Estados Unidos e de estabilidade no Reino Unido. A previsão é do economista-chefe da Schroders.

Na Eurolândia, os indicadores “sinalizam pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE)” para manter um política econômica restritiva, disse Keith Wade, na conferência internacional anual da Schroders, sexta-feira, em Londres. Wade estima que a Zona Euro termine este ano com uma taxa de juro de referência de 3,50% – e em 2007 nos 4%, apontando para que subida ocorra ainda durante o primeiro semestre do próximo ano.


 


Os bancos, de todo modo, mantêm otimismo com a economia mundial. O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, manifestou que a visão sobre o crescimento global continua sendo muito positiva, apesar de ser preciso estar alerta diante de certos riscos. “Continuamos tendo indicações muito positivas sobre o crescimento global”, declarou.


 


No entanto, Trichet advertiu que existem riscos. Alguns fatores, como a inflação, podem influenciar no surgimento de “um ambiente que não permita sustentar este crescimento”.


 


Tendências
Até dezembro de 2007, o economista-chefe da Schoders aponta para que o Reino Unido mantenha a taxa de juro nos atuais 5% e para que nos Estados Unidos se assista durante o próximo ano a uma redução de 5,25% para 4,50%. No Japão, a perspectiva é de que 2006 termine com a taxa de juro nos atuais 0,25% e que, em dezembro de 2007, esta esteja nos 1,25%, mostram os dados apresentados na conferência.


 


Do lado das matérias-primas, o crescimento dos preços deverá desacelerar, com uma desaceleração econômica na China a contribuir para este cenário, segundo o economista-chefe da Schroders. No caso do petróleo, um recuo dos preços “irá ajudar a baixar a inflação”, afirmou Keith Wade, alertando, no entanto, para uma evolução da inflação sub jacente, onde uma “pequena subida poderá causar preocupações”.


 


O dólar estará, no geral, “um pouco mais fraco” do que este ano, estima o economista. Em termos econômicos globais, o responsável da Schroders sublinha que estamos a assistir a um “arrefecimento da atividade”. Nos Estados Unidos, a crise no mercado imobiliário continuará a ser um problema, mas não levará, segundo o economista, a uma recessão. Na Europa e na Ásia, Keith Wade destaca como positivo o peso cada vez maior que a procura interna tem no crescimento econômico.