Para Kofi Annan, invasão americana piorou a vida do iraquiano comum

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, declarou deste domingo (30 que o Iraque está nas garras de uma guerra civil e o iraquiano comum encontra-se pior agora do que com Saddam Houssein. Annan, que conclui seu mkandato na ONU dia 31, descreveu a situação n

“Quando nós temos o conflito no Líbano e em outros lugares, chamamos de guerra civil; mas isso é muito pior”, disse Annan em entrevista à rede britânica BBC de rádio e TV, a ser levada ao ar nesta segunda-feira (4). Na semana passada ele afirmou para jornalistas que o Iraque está beirando uma guerra civil.



“Se eu fosse um iraquiano comum”…



Annan disse concordar com os iraquianos quando estes dizem que sua vida agora está pior do que sob Saddam Houssein, o presidente deposto pela invasão americana de março de 2003, hoje preso e submetido a um processo que pode levá-lo à morte na forca. “Eu penso que eles estão certos, do ponto de vista da média da vida no Iraque”, disse.



“Se eu fosse um iraquiano comum, provavelmente faria a mesma comparação. Eles tinham um ditador que era brutal, mas eles tinham as suas ruas, eles podiam sair, suas crianças podiam ir à escola e voltar para casa sem o pai ou a mãe se preocupar, 'Será que vou ver meu filho outra vez?'”, disse o diplomata nascido em Gana.



“E o governo iraquiano não foi capaz de colocar a violência sob controle”, agregou.
Apelo por um “olho crtítico”



Desde a invasão americana, que não foi autorizada pelo Conselkho de Segurança da ONU e Annan mais tarde chegou a chamar de “ilegal”, a questão iraquiana divide os membros das Nações Unidas.



“Eu realmente acredito que nós poderíamos ter detido a guerra se tivessemos trabalhado um pouco mais duro, dado aos inspetores (que buscavam os supostos artefatos de destruição em massa, nunca encontrados no país); poderíamos”, avaliou Annan.



Ele disse que o Grupo de Estudo do Iraque, estadunidense, que está em vias de concluir seu relatório, reconhece que “as coisas não estão andando do jeito que eles esperavam. Isso é essencial para se faser uma revisão crítica, olhar o que está acontecendo com olho crítico e, se for o caso, mudar de rumo”.



Força aérea mata civis em bombardeio



Enquanto o secretário-geral da ONU, em seu último mês de mandato, tecia suas críticas para a BBC, na região de Garma, próximo de Faluja, norte do Iraque, vinha à luuz um ataque aéreo dos Estados Unidos dos EUA matou nove pessoas, cuja identidade é controvertida.



As autoridades militares americanas afirmam que cinco dos mortos eram “inssurgentes estrangeiros”, embora reconheça que as outras vítimas eram duas mulheres e uma criança.



Mas moradores locais disseram a um jornalista iraquiano que o ataque contra uma residência, no sábado, matou nove membros da mesma família,  três mulheres, três meninas e três meninos, e feriu uma mulher. O jornalista declarou ter visto três corpos: o de um menino de 4 anos, de um adolescente de 16 anos e o de uma menina de 5 anos. Imagens na televisão mostraram a casa reduzida a destroços.



Um caça F-16 dos ocupantes foi derrubado na mesma região, na semana passada, durante um pesado  combate entre as forças norte-americanas e a resistência. O corpo do piloto desapareceu do local da queda do avião e ele foi dado oficialmente como morto.
Ataques aéreos são uma tática comum dos EUA no Iraque, e os porta-vozes militares  descrevem seus alvos como sendo esconderijos de rebeldes. Mas mesmo os ocupantes já reconheceram algumas vezes a morte de civis, pertencentes a famílias cujas residências foram bombardeadas.



Da redação, com agências