EUA: Renúncia de Bolton, na ONU, é nova derrota de Bush

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, teve de aceitar resignado a renúncia forçada de seu embaixador nas Nações Unidas, John Bolton, que foi obrigado a deixar o cargo por ter perdido o apoio do para sua confirmação no Senado.

“Após ter analisado cuidadosamente, cheguei à conclusão que meu serviço no seu governo deve chegar ao fim”, afirmou o diplomata em carta enviada ao presidente para comunicar sua renúncia, e na qual não explica as razões de sua decisão. A Casa Branca ainda não indicou quem substituirá Bolton.


 


Elogiado por uns e amaldiçoado por outros, Bolton deixa o cargo sem conseguir impor o pensamento unilateral da administração Bush nas Nações Unidas. Nas questões que os EUA pressionaram o Conselho de Segurança da ONU, os americanos não obtiveram vitórias.


 


Medidas punitivas contra a República Popular Democrática da Coréia (RPDC) e Irã, por exemplo, sofreram forte oposição de europeus e asiáticos. Bolton não obteve sucesso em convencer o Conselho de Segurança a endurecer e aumentar as pressões contra esses países.
 


O embaixador chinês na ONU, polido, considera que Bolton foi um embaixador “sério”, mas ressalva que ele “pressionou forte” para perseguir os objetivos unilaterais americanos.  “Mas é claro que às vezes para conseguir seu objetivo você precisa trabalhar com os outros” alfinetou Wang Guangya.


 


Incapaz de dobrar a oposição democrata no Senado à sua nomeação ao cargo, a Casa Branca anunciou na segunda-feira (4) que Bolton vai renunciar quando o período para o qual foi destacado na ONU expirar dentro de algumas semanas. Os democratas denunciaram Bolton por ele ter agido intimidando e pressionando subordinados a fim de acabar com qualquer oposição interna.