Chávez faz defesa enfática do socialismo e propõe partido único

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou que criará uma nova plataforma política, o Partido Socialista Unitário da Venezuela, para acabar com a dispersão entre os governistas e enfrentar os desafios de seu novo mandato. O presidente venezuelano,

No ato de reconhecimento ao Comando Miranda, o presidente reeleito da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou que os grandes temas do próximo ano na agenda política do país serão: socialismo, partido único e reforma constitucional.


 


No evento, ocorrido no Teatro Teresa Carrreño, em Caracas, o líder da Revolução Bolivariana encabeçou um ato para felicitar ao seu comando de campanha pela contundente vitória conseguida nas recentes eleições presidenciais. 


 


Chávez lembrou ainda que antes das eleições, já havia adiantado boa parte das linhas gerais dos principais temas que devem compor a agenda politica de 2007.


 


O socialismo será o tema fundamental. ''Eu não engano a ninguém na Venezuela. Vamos até o socialismo. Um novo, própio. Teremos que idealizá-lo e pri-lo», comclamou.


 


Em seu discurso, o presidente venezuelano lembrou que há oito anos convocou uma constituinte ''e assim foi feito''. 


 


Sobre o partido único, Chávez anunciou que o nome poderia ser PASUV ''Partido Socialista Unido de Venezuela''. O presidente venezuelano considera que o partido revolucionário único é uma necessidade a fim de garantir a irreversibilidade do processo de mudanças iniciado em 1998 e aprofundar o enfoque socialista no novo período de Fevereiro de 2007 a Fevereiro de 2013.


 


Chávez já havia lançado nos últimos comícios a proposta de aglutinar sob um único partido todas as forças políticas que apóiam a ''revolução bolivariana''.


 


''Quero que governe comigo um partido, porque cada dia há mais partidos. Convido a quem queira me acompanhar…para este partido…, os convido em nome do povo: deixemos de lados os partidos e criemos o Partido Socialista Unido da Venezuela'', disse Chávez.


 



No estado de Azoátegui já funcionam estruturas destinadas a este objetivo, em resposta ao pronunciamento de Chávez acerca da importância de uma ação desse tipo tendo em vista a construção do socialismo na Venezuela. Com a instalação destes escritórios pretende-se alcançar a mais ampla participação da cidadania quanto à ideologia do novo partido.


 


Chávez explicou que aproposta é de formar um partido único e não uma frente ampla. ''Devem esquecer as cores, as siglas. Isso é imprescindível. O importante é um partido da pátria'', sentenciou.


 



A idéia foi recebida com satisfação pelos líderes das organizações integrantes do Bloque del Cambio, ainda que alguns deles tenham considerado que o novo partido não deve ser a simples soma dos integrantes dessa aliança.


 


Aqueles partidos que não queiram participar da nova legenda, podem seguir seu caminho sem problemas, esclareceu Chávez.


 


O comentário de Chávez, responde à inúmeras declarações que dezenas de políticos bolivarianos têm dado acerca da quantidade de votos que seus partidos alcançaram para a ''causa vermelha''.


 


Nas últimas eleições presidenciais Chávez recebeu mais de sete milhões de votos, 62 por cento, o que considerou uma expressão do apoio da população à sua proposta socialista.


 


O Bloque del Cambio, encabeçado por Chávez, é liderado pelo seu Movimiento V República (MVR), convertido na primeira força política nacional com 4.747.773 votos, dos 11.836.000 votos válidos.


 


Junto a ele agrupam-se outros 20 partidos, dentre eles: Por la Democracia Social (Podemos), com 745.546 votos; Patria para Todos, com 584.310 votos; e Comunista, com 335.117 votos, considerando apenas os que tiveram maiores resultados.


 


Por outro lado, no campo da oposição ficaram Un Nuevo Tiempo, de Manuel Rosales, com 1.467.249 votos, e Primero Justicia – que também apoiou esse candidato – com 1.249.249 votos.


 


Chávez disse ainda que o Movimento Quinta República ''deve passar à história'' depois de cumprir sua etapa.


 


Sobre a reforma constitucional, Chávez não deu maiores detalhes ainda que anteriormente já tenha declarado que é necessário fazer alguns ajustes.


 


O presidente afirmou também que fará ''ajustes'' em seu gabinete e anunciou que mudará vários ministros. Ele voltou a insistir que o objetivo deste período na Presidência, entre 2007 e 2013, será iniciar uma nova época na Venezuela, a socialista.


 


Cláudio Gonzalez,
com informações da Agência Bolivariana de Notícias


 


Matéria atualizada às 19h30 para acréscimo de informações