Cúpula Social de Cochabamba divulga suas deliberações
Publicado 16/12/2006 13:01
Um manifesto da campanha contra a ALCA ressaltou que: “os povos da América temos sofrido a aplicação de um modelo econômico que, baseado no fundamentalismo do mercado, da privatización e da liberdade comercial, conduziu ao al aumento da desigualdade, a deteriorização da condições de trabalho, ao desemprego, à generalização da informalidade, à depredação do meio ambiente, ao aprofundamento da discriminação contra as mulheres, à pobreza, à marginalização das comunidades originais e do campo e à perda da capacidade do estado de promover políticas de desenvolvimento social e econômico.” E segue: “Na busca de generalizar e aprofundar estas políticas se tentou criar a ALCA e os Tratados de Livre Comércio, por meio dos quais se abandonava qualquer perspectiva de desenvolvimento autônomo, baseado no mercado interno e no respeito a todos os direitos humanos, sociais, econômicos, culturais e ambientais. Os povos do continente temos sido protagonistas de uma luta contra este modelo, contribuindo decisivamente para deter a ALCA e os acordos entre países que privilegiam o comercial e os interesses das multinacionais.” Assim, os movimentos populares reunidos em Cochabamba, incluindo as comunidades originárias, os trabalhadores do campo, os habitantes marginalizados das cidades, as mulheres, os jovens, os estudantes, os trabalhadores e o conjunto das organizações sociais avançaram na conformação de novos governos sensíveis às demandas populares, que se distanciam da agenda do governo dos Estados Unidos e das corporações e que buscam um caminho próprio. Segundo os participantes, a Comunidade Sul-americana das Nações não deve ser um prolongamento do modelo de livre mercado baseado na exportação de produtos básicos e bens naturais, fundamentada no endividamento e na desigual distribuição da riqueza. As entidades consideraram que se requer outro tipo de integração, a qual prime pela cooperação e não pela concorrência, pelos direitos dos habitantes e não pelos interesses comerciais, pela soberania alimentar e não pela agroexportação, pela ação decidida do Estado na direção do bem estar e não pelas privatizações e pelo sentido eqüidade e não pelo afã do lucro, pelo respeito ao meio e não pelo saque impiedoso dos bens naturais e pela igualdade de gênero e não pela injusta divisão sexual do trabalho.Também deve primar pelo reconhecimento, o respeito e a promoção do acervo das comunidades originárias e não pela marginalização, exploração e folclorização de seus valores e tradições econômicas e culturais. E que deve ser promotora da paz, garantia dos direitos humanos dos povos e de oposição às pretensões imperiais, contrária à intromissão de tropas, à instalação de bases militares estrangeiras e à participação das forças de ocupação em terceiros países. A Assembléia final de conclusões da Cúpula Social pela Integração dos Povos, que contou com a visita inesperada do recém eleito presidente do Equador, Rafael Correa, e com a participação de deputados constituintes da Bolívia- serviu para referendar as propostas emanadas das 14 sessões temáticas discutidas no curso de três dias. Segundo a lista de delegados, a Cúpula Social superou as expectativas. Ao todo, 4.400 pessoas participaram ativamente dos painéis – eram esperadas somente 3.000. As propostas que foram entregues aos mandatários da América do Sul traçam um projeto popular para o continente tendo em conta 14 temas integrados. Militarização, água, comércio, agricultura-terra-território, energia, revalorização da cultura da coca, justiça e impunidade, imigração, infraestrutura, comunicação, financiamento, meio ambiente, direitos sociais e povos indígenas. Abaixo algumas das propostas: Direitos Sociais Energia Água Imigração Agricultura/terra/território Financiamento Militarização Infraestrutura Revalorização da folha de coca
universal à reforma agrária, à alfabetização, à água, à diversidade sexual;
continente não é produto da escassez, mas sim da má distribuição.
Fonte: (Adital/ALAI/ Brasil de Fato/Minga Informativa)