Para petistas e governo, reforma política ainda é prioridade

Representantes do governo e do PT se esforçaram ontem para assegurar que o debate sobre a reforma política não perderá força agora que o presidente Lula foi reeleito. Pelo contrário, a reforma estará entre as prioridades do segundo mandato, segundo os

“Acho que a reforma política é uma interpelação da crise democrática vivida no País”, disse Tarso. Para ele, o Brasil precisa dar uma resposta à crise de representatividade que se formou com as denúncias de corrupção envolvendo parlamentares e integrantes do Executivo.


 


Garcia disse que o País está no processo de garantir crescimento econômico combinado à redução das desigualdades sociais, mas classificou a demora em promover a reforma política como a origem das dificuldades enfrentadas pelo governo Lula no primeiro mandato.


 


“Temos que nos dar conta de que os problemas fundamentais que o País enfrentou nos quatro primeiros anos de governo do presidente refletem o fato de não ter sido assumida a reforma política como prioridade fundamental”, disse Garcia. “Essa é uma autocrítica que o governo deve fazer, pois pagamos um preço muito alto por isso”, acrescentou.


 


“Há um clamor da sociedade brasileira pela reforma política”, afirmou Dulci, lembrando que o assunto foi discutido em outros momentos da história, mas não se concretizou. “Estamos diante de uma oportunidade histórica de realizá-la.”


 


Apesar de discordarem em alguns pontos, os petistas se mostraram alinhados em pelo menos dois temas que devem entrar em um projeto de reforma política: a fidelidade partidária e o financiamento público de campanhas. Para Tarso, o fato de o Estado assumir os gastos das campanhas pode não solucionar totalmente a influência do poder econômico no processo eleitoral, mas ajudará a amenizá-lo. “Para reduzir a influência de corporações, o financiamento público, na minha opinião, é um instrumento, embora não seja perfeito”, disse.


 


Entre as propostas colocadas no evento, estiveram também o voto por lista e o fim das coligações em eleições proporcionais. “Se nós conseguirmos arrancar essas quatro coisas, está ótimo”, disse o secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar.


 


Fonte: Agência Estado