Modelo de controle do tráfego aéreo divide deputados

A comissão externa da Câmara dos Deputados que analisa a crise aérea deverá votar nesta quinta-feira (21/12)  o relatório final. Até ontem, porém, ainda não havia um consenso sobre o modelo de controle do tráfego aéreo que será proposto ao governo e

Pelo menos dois parlamentares — Alceu Collares (PDT-RS) e Alberto Fraga (PFL-DF) — já se mostraram favoráveis à desmilitarização. Outro grupo, formado pelos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e pelo relator da comissão, Carlos Willian (PTC-MG), votará pela manutenção do atual modelo.


 


Diante das divergências, dizem os parlamentares, o texto final deve concentrar-se nos aspectos técnicos e de gestão do controle do tráfego aéreo. Está claro que os equipamentos têm problemas e que a crise foi provocada por falta de controladores, avalia o relator.


 


Outra opinião comum dos parlamentares é a falta de planejamento da Aeronáutica. Houve um erro de planejamento e de investimentos, diz Gabeira. Ele propõe duas medidas imediatas para solucionar a crise no setor: o reajuste salarial para os sargentos controladores e a adoção de um sistema de informações nos moldes civis. Não tem sentido a Polícia Federal ter de entrar na Justiça para ter acesso às informações sobre o acidente da Gol.


 


Já o grupo de trabalho interministerial, designado pelo Mistério da Defesa para estudar medidas contra a crise, concluiu ontem os trabalhos. O documento final propõe a criação de um órgão civil, subordinado à pasta, para cuidar do controle da aviação comercial. A idéia é que o sistema permaneça integrado, mas facilidades técnico-operacionais sejam compartilhadas.


 


O grupo também pede a reformulação das carreiras e dos salários dos controladores, a implementação das resoluções do Conselho de Aviação Civil (Conac) e a revisão das normas que tratam das tarifas aeronáuticas e aeroportuárias. O texto segue agora para análise do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.