Uruguaios terão três passeatas contra Bush na sexta

Ao contrário do que deve ocorrer em São Paulo, no Uruguai o protesto contra a presença do presidente norte-americano, George W. Bush, não será unificado. Os principais movimentos sociais uruguaios convocaram uma passeata até a Praça Independência na próxi

O pomo da discórdia que levou às manifestações alternativas é a questão da atitude diante do governo do presidente Tabaré Vásquez. A manifestação da PIT-CNT (a central sindical única do Uruguai), daFucvam (Federação Uruguaia de Cooperativas de Habitação), da Onajpu (Organização Nacional de Asociações de Aposentados e Pensionistas), FEU (Federação dos Estudantes Universitários Uruguaios) e setores da Frente Ampla decidiram não colocar Vásquez como alvo do protesto. Os promotores das duas manifestações alternativas não concordam.



Desagravo a José Artigas



“Não é uma marcha contra o governo. É uma marcha contra a presença de Bush e o genocídio que ele promove”, enfatizou Luís Puig, principal dirigente da central sindical uruguaia. A manifestação seguirá pelas Avenidas 18 de Julio e Ejido. Ao chegar ao seu destino, onde há uma estátua equestre do de José Artigas, fará um ato de desagravo ao herói-guerrilheiro da independência do Uruguai, como forma de repudiar a presença do chefe da Casa Branca.



A afirmação de Puig não implica em chancelar em bloco a conduta do governo Vásquez.  A possibilidade de ruptura com o Mercosul e assinatura de um TLC (Tratado de Livre Comércio) com os EUA, por exemplo tem gerado protestos inclusive dentro da Frente Ampla, que forma a base de sustentação do governo. Os organizadores da marcha, porém, se propõem a dar voz ao conjunto dos uruguaios que rejeitam a política de Bush.



Passeatas alternativas



Entretanto, Irma Leites, dirigente da Plenária Memória e Justiça afirmou à imprensa que, em paralelo à passeatat atè a Praça Independência, “efetivamente está sendo programada uma marcha até Colônia, para protestar contra a presença de Bush”. O ato deve ter a adesão de manifestantes vindos da vizinha Argentina. É em Colônia, 177 km a oeste de Montevidéu, que fica a Estância Anchorena, residência oficial às margens do Rio da Prata onde Bush e Vásquez se encontrarão.



O terceiro protesto é convocado pela Coordenadora Antiimperialista. Seu itinerário previsto vai do Monumento aos Desaparecidos até a Praça de la Libertad.



Em São Paulo, onde Bush desembarca na quinta-feira, os movimentos políticos e sociais antiimperialistas souberam chegar a um entendimento e farão um ato único, seguindo da Praça Osvaldo Cruz até o Masp, pela Avenida Paulista. O acordo alcançado parte do reconhecimento de que, independente da posição que se tenha em relação ao governo Lula, o mais importante será somar forças para denunciar a presença do carniceiro de Bagdá na cidade. A integração entre o ato antiimperialista e a tradicional manifestação do Dia Internacional da Mulher também vem sendo tratada com espírito unitário.



Da redação, com agências