Após despejo, centro juvenil na Dinamarca é demolido
Começou nesta segunda-feira (05/03), sob forte proteção policial, a demolição do centro juvenil alternativo cujo despejo de seus ocupantes causou uma série de protestos em Copenhague, capital da Dinamarca.
Publicado 05/03/2007 12:41
Em reação ao despejo, Copenhague viveu os piores distúrbios das últimas décadas, com a violência desferida pela polícia contra jovens. Dos cerca de 650 detidos, cerca de 140 são estrangeiros, em sua maioria da Alemanha, Suécia e Noruega.
Centro de cultura e lazer
Na madrugada do último sábado (3/3), a polícia dinamarquesa prendeu mais de cem pessoas, supostamente envolvidas nos conflitos no bairro Nørrebro, na capital do país.
O motivo da manifestação é a polêmica em torno do imóvel onde funciona um centro de cultura e lazer para jovens, cedido oficialmente pela prefeitura de Copenhague. O centro reúne, desde 1981, a cena alternativa da cidade.
Há poucos meses, o imóvel foi vendido pela prefeitura a uma seita cristã, que entrou na Justiça com um pedido de despejo. Os jovens continuaram ocupando o centro e foram agora às ruas se opor contra a atitude das autoridades.
Os manifestantes atearam foto em automóveis e latas de lixo para enfrentar a polícia, que fez uso de gás lacrimogêneo para impedir os protestos. Uma dos envolvidos foi ferido e enviado ao pronto-socorro local, Também no bairro Christianshavn houve protestos na madrugada do sábado.
Segundo testemunhas, havia vários alemães entre os manifestantes. De acordo com um porta-voz da polícia dinamarquesa, os alemães envolvidos que forem detidos serão mandados de volta à Alemanha.
Protestos de solidariedade
Também em protesto contra a venda do imóvel e ordem de despejo para o centro cultural em Copenhague, centenas de pessoas foram às ruas em várias cidades alemãs. Em Hamburgo, houve conflitos entre polícia e manifestantes, que se reuniram ao redor do centro alternativo Rote Flora.
No centro de Hannover, uma marcha de protesto com aproximadamente 120 participantes transcorreu sem maiores transtornos. Em Braunschweig, Göttingen e Flensburg houve maniestações de apoio ao centro dinamarquês de Nørrebro.