Após despejo, centro juvenil na Dinamarca é demolido

Começou nesta segunda-feira (05/03), sob forte proteção policial, a demolição do centro juvenil alternativo cujo despejo de seus ocupantes causou uma série de protestos em Copenhague, capital da Dinamarca.

Em reação ao despejo, Copenhague viveu os piores distúrbios das últimas décadas, com a violência desferida pela polícia contra jovens. Dos cerca de 650 detidos, cerca de 140 são estrangeiros, em sua maioria da Alemanha, Suécia e Noruega.


 


Centro de cultura e lazer


 


Na madrugada do último sábado (3/3), a polícia dinamarquesa prendeu mais de cem pessoas, supostamente envolvidas nos conflitos no bairro Nørrebro, na capital do país.


 


O motivo da manifestação é a polêmica em torno do imóvel onde funciona um centro de cultura e lazer para jovens, cedido oficialmente pela prefeitura de Copenhague. O centro reúne, desde 1981, a cena alternativa da cidade.


 


Há poucos meses, o imóvel foi vendido pela prefeitura a uma seita cristã, que entrou na Justiça com um pedido de despejo. Os jovens continuaram ocupando o centro e foram agora às ruas se opor contra a atitude das autoridades.


 


Os manifestantes atearam foto em automóveis e latas de lixo para enfrentar a polícia, que fez uso de gás lacrimogêneo para impedir os protestos. Uma dos envolvidos foi ferido e enviado ao pronto-socorro local, Também no bairro Christianshavn houve protestos na madrugada do sábado.


 


Segundo testemunhas, havia vários alemães entre os manifestantes. De acordo com um porta-voz da polícia dinamarquesa, os alemães envolvidos que forem detidos serão mandados de volta à Alemanha.


 


Protestos de solidariedade


 


Também em protesto contra a venda do imóvel e ordem de despejo para o centro cultural em Copenhague, centenas de pessoas foram às ruas em várias cidades alemãs. Em Hamburgo, houve conflitos entre polícia e manifestantes, que se reuniram ao redor do centro alternativo Rote Flora.


 


No centro de Hannover, uma marcha de protesto com aproximadamente 120 participantes transcorreu sem maiores transtornos. Em Braunschweig, Göttingen e  Flensburg houve maniestações de apoio ao centro dinamarquês de  Nørrebro.