Sob o comando de Serra, mais uma vez a dengue se alastra

Em 15 dias, um aumento de 33% dos casos de dengue no Estado foi computado pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, passando de 15.237 para 20.341 registros. Subiu também o número de pessoas infectadas pela forma mais grave da doença, a hemorrági

A atual disseminação da doença no estado de São Paulo faz lembrar o período em que outro grande surto atingiu vários estados país durante o governo Fernando Henrique Cardoso, quando José Serra, atual governador de São Paulo, era ministro da Saúde.


 


O descaso começou em 1998, quando o então ministro José Serra permitiu que o governo zerasse o investimento na área de saneamento, o que causou a propagação de várias doenças no país. Além disso, Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar os focos do Aedes Aegypti. Dos R$ 81 milhões gastos em publicidade do seu ministério em 2001, apenas R$ 3 milhões foram utilizados em campanhas educativas de combate à doença. O resultado desta política criminosa se fez sentir sobretudo no Rio de Janeiro que, entre janeiro e maio de 2002, registrou 207.521 casos da dengue e a morte de 63 pessoas. Foi este episódio que fez com que Serra recebesse o apelido de “ministro da dengue”.


 


Agora, na condição de governador, novamente a situação se repete. Mas desta vez, as autoridades sanitárias parecem estar “correndo atrás” do prejuízo.


 


Para conter o avanço da dengue nos municípios paulistas, o governo estadual aposta agora em um batalhão de agentes, formado por 60 técnicos em saúde, além de apoio de policiais militares. Batizados pela secretaria de 'Esquadrão Antidengue', os profissionais, todos uniformizados, vão atuar nas cidades com os piores quadros de infecção, a partir desta segunda-feira, nebulizando as casas com inseticida.


 


O primeiro município escolhido para receber o esquadrão foi Sumaré, interior do Estado, próximo à região de Campinas, com 526 casos confirmados. Cada operação dura cinco dias. 'Programamos as nossas ações em cidades que estão com dificuldade em fazer frente à transmissão da doença', afirmou o pesquisador científico da Superintendência de Controle de Endemia (Sucen), Ricardo Ciaravolo.


 


'A próxima cidade a receber a força-tarefa deve ser Hortolândia. Mas não há um cronograma fixo, porque varia de acordo com o levantamento epidemiológico de cada quinzena.' Ciaravolo não descartou que o Esquadrão Antidengue venha para capital, apesar de o município ainda não estar incluído na lista.


 


A quantidade de casos de dengue em paulistanos também cresceu na última semana. Os novos dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram 162 casos autóctones – contraídos na própria cidade. Na semana passada, eram 112 registro, um crescimento de 44%.


 


Além do Esquadrão Antidengue, a pasta estadual de saúde também anunciou a contratação de 120 pessoas para auxílio às prefeituras contra a dengue. O edital do concurso público será publicado só daqui a 10 dias no Diário Oficial do Estado e terá vagas para 90 desinsetizadores, 20 motoristas, nove oficiais administrativos e um engenheiro. Considerando que em 15 dias os casos de dengue aumentaram 33%, é bem provável que quando o processo de seleção, contratação e treinamento destes profissionais terminar, a porcentagem de casos tenha alcançado níveis ainda mais alarmantes.


 


Da redação,
com agências