Biocombustível colocará o Brasil num grupo seleto, diz Lula

A produção de biocombustíveis colocará o país no “grupo seletivo dos países ricos”, afirmou na noite desta quarta-feira (23) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ao participar da entrega do Prêmio Parceiros do Desenvolvimento, comentou o telefonema

“Eu dizia no telefone para o Tony Blair: eu só estou esperando o dia em que o Brasil virar a oitava economia para saber se vocês vão acabar com o G8 e criar o G7, para o Brasil não participar”, contou. O G8 é o grupo dos sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia.



Lula reiterou que “se a gente crescer a 5% durante alguns anos seguidos, o Brasil passará a fazer parte do grupo seletivo dos países ricos e se o biodiesel acontecer, o que eu acho que vai acontecer, isso poderá acontecer mais rápido e eu quero estar vivo para ver, vivo para assistir esse momento glorioso do Brasil”.



O presidente pediu otimismo e persistência aos empresários: “Penso que no Brasil nós vivemos um momento em que nós temos razões de sobra para ter o otimismo e ao mesmo tempo, sem abrir mão do otimismo, ter a preocupação de que ainda temos muito por fazer – e esse muito por fazer é quase que uma tarefa infinita. Quando você pensa que terminou um problema, aparece outro”.



Como exemplo, citou a questão do aquecimento global, que não estava em pauta há 20 anos mas hoje é tão importante que será o tema central da próxima reunião do G8, no começo de junho, na Alemanha. O Brasil participará como convidado, ao lado da Índia, África do Sul, China e México.



À frente dos demais



Nessa reunião, o Brasil defenderá a produção de biocombustíveis como solução para a redução da emissão dos gases causadores do aquecimento global: “O Brasil, nesse otimismo, outra vez sai na frente. Não vai demorar 20 anos para que os biocombustíveis sejam uma nova revolução na matriz energética do planeta e motivo para que os países que foram pobres no século 20 se transformem em países prósperos no século 21″.



Lula acrescentou que “na medida em que nós acreditamos em nós mesmos, em que nós não paramos e não ficamos chorando, muitas vezes, o revés de um dia e procuramos tentar conquistá-lo transformando o revés na vitória do dia seguinte, a gente vence.”



E mencionou Jorge Gerdau Johanpeter, que começou trabalhando em uma fábrica de pregos e se transformou em um dos maiores empresários do país. A metalúrgica Gerdau foi uma das dez vencedoras do Prêmio Parceiros do Desenvolvimento,  instituído pelo jornal Correio Braziliense. “É uma demonstração de que basta a gente acreditar para ver que as coisas acontecem”, disse Lula.



Também foram premiadas as empresas Sadia (alimentação), Cemig (energia), Bradesco (financeiro), Vale do Rio Doce (mineração), Petrobras (petroquímica), Usiminas (siderurgia), Gol (transporte), Pão de Açúcar (varejo) e CTIS (informática e representante do Distrito Federal).



A escolha foi feita entre 5 mil empresas a partir da análise de técnicos de uma agência de classificação de risco que levaram em conta a saúde econômico-financeira de cada uma – ou seja, volume de produção, patrimônio, faturamento, número de empregos gerados, valor dos impostos recolhidos, lucro, relação entre despesas e receitas e exportações, e endividamento –, além de aspectos de responsabilidade social e ambiental e boas práticas de governança corporativa.