Retirada de assinaturas pode impedir CPI da Navalha

O pedido da CPI Mista da Navalha conseguiu nesta terça-feira (5) o número mínimo de 173 assinaturas para instalar a CPI Mista da Navalha, mas o governo estimulará a retirada de assinaturas de deputados para que não haja CPI. A informação foi prestada hoje

“Muitos deputados assinaram o requerimento no calor da hora, mas já fui informado de alguns que vão retirar o nome”, disse Mares Guia em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. O mapa dos deputados que vão retirar o apoio já está nas mãos do líder do governo na Câmara, José Múcio (PTB-PE), que desencadeará a operação depois de conferir a lista que será registrada na secretaria do Senado. O prazo para a conferência final dos nomes termina à meia-noite desta quarta.
“Esta CPI não tem sentido pois a investigação já foi feita pela Polícia Federal, com acompanhamento do Ministério Público e autorização da Justiça”, disse Mares Guia, referindo-se à Operação Navalha.



“Quem gosta de CPI é oposição”



Na operação, a PF acusou funcionários públicos e autoridades de cinco ministérios, seis governos estaduais e duas prefeituras municipais de fraudar licitações de obras públicas em favor da construtora Gautama.



“Não vejo vontade inusitada no Congresso de realizar esta CPI. O povo gosta de ver as coisas esclarecidas, mas não gosta de sandice”, disse o ministro.



Mares Guia manteve o flair play diante da possibilidade da CPI se efetivar. “O governo acha a CPI desnecessária, mas se ela acontecer, tudo bem. Quem gosta de CPI é oposição, mas a decisão é do Congresso”, disse.



“No primeiro mandato, houve três CPIs simultâneas e o presidente Lula ganhou as eleições com 20 milhões de votos de frente. Os que foram para a ribalta das CPIs não tiveram um bom desempenho eleitoral”, comentou o ministro. “Fizeram muitas acusações contra o governo e nenhuma colou”, ironizou.



Reservadamente, articuladores do governo avaliam que a Operação Navalha alcançou políticos de todos os partidos e por isso nem a oposição teria interesse real em amplificar as denúncias por meio de uma CPI.



Da redação, com agência Reuters