USP vive dia de atos pró e contra ocupação
Nesta manhã de quarta-feira (6) a USp viveu um dia de atos pró e contra a ocupação à reitoria da USP. Ato de grupo contrário a ocupação foi o primeiro desde o dia 3 e reuniu cerca de 300 professores, estudantes e trabalhadorese. Já a manifestaçã
Publicado 06/06/2007 20:11
A caminhada contra a ocupação foi a primeira realizada por estudantes, professores e servidores da universidade desde o início da ação do dia 3. O ato foi coordenado por um grupo intitulado “Ação Independente de Professores da USP” e consistiu em uma passeata que saiu da frente do monumento ao arquiteto Ramos de Azevedo – próximo ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) – por volta das 10h desta quarta-feira rumo a praça do Relógio, cerca de 1 km do local.
Farpas
Segundo Silvio Sawaya, diretor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP e um dos coordenadores do ato, cerca de 300 pessoas seguiram pela avenida Luciano Gualberto – uma das principais do campus – até chegar a praça do Relógio. No local, cantaram o Hino Nacional e fizeram um abraço simbólico ao relógio.
Ao mesmo tempo, cerca de mil pessoas favoráveis à ocupação – entre eles professores, servidores e estduantes – ficaram do lado externo da reitoria ocupada. O grupo também abraçou o prédio em resposta ao ato do rival. Ao final, alguns manifestantes favoráveis à ocupação foram até a praça do Relógio, onde se concentrava o grupo contrário.
“Nós imaginávamos que iríamos encontrar um verdadeiro fenômeno da pororoca [grande onda de alguns metros de altura que ocorre, em certas épocas, em rios muito volumosos]. Pelo que vimos, não passou de um veio de água de esgoto”, ridicularizou a diretora do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), Neli Wada. Ela afirmou ainda que o ato contrário à ocupação foi arquitetado por pessoas ligadas à reitora Suely Vilela e reuniu “meia dúzia de diretores próximos a reitora”.
Sawaya classificou as declarações de Neli como “apelativas”. Segundo ele, o ato nasceu de uma necessidade inicialmente detectada por professores de expressar sua posição contrária à ocupação. Para ele, a ocupação é que representa a minoria. “Se formos avaliar que somos em cerca de 100 mil [entre alunos, professores e servidores] e apenas cerca de 3.000 ocupam o prédio, chegaremos a conclusão de que isso que se apresenta é apenas o desejo de 3% do total”, afirmou.
Ele disse ainda que a idéia inicial do grupo era a de seguir em passeata até a frente do prédio da reitoria ocupada. No entanto, poderia dar margem a tumultos e chamaria a atenção da Polícia Militar. Sawaya afirmou ser contrário à presença da PM no campus e a retirada dos alunos pela tropa de choque. Desde o dia 18 de maio, o Comando de Policiamento de Choque arquiteta uma ação para acompanhar a reintegração de posse no prédio, decidida pela Justiça no dia 16 de maio.
Nesta quarta, professores, servidores e professores das três universidades públicas paulistas se reúnem na reitoria ocupada –além da USP, participam Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp (Universidade de Campinas). Na pauta estão as reivindicações conjuntas dos grupos e atividades culturais, segundo os organizadores.