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Presidente da Fecosul (RS) apóia ação por central classista

Promover transformações na sociedade brasileira e fazer o enfrentamento às ameaças aos direitos dos trabalhadores. Estas são algumas das razões que lideranças sindicais gaúchas têm como motivos para a criação de uma central sindical clas

Central classista em debate


 


Segundo os organizadores, com a nova realidade política no país conquistada com a eleição de Lula e outros governos de esquerda na América Latina, surge a necessidade de uma central sindical democrática e classista. Uma alternativa para melhorar as condições de luta dos trabalhadores contra a exploração capitalista e por melhores condições de vida e de trabalho. Estas também são justificativas dos idealizadores da construção de uma central sindical classista no Brasil.


 


''A nova realidade vivida pelo movimento sindical coloca a luta pela unidade em novo patamar, com a construção de uma coordenação unitária nas centrais sindicais, através de uma plataforma em defesa dos direitos dos trabalhadores'', explica um dos coordenadores da organização da central classista, João Batista Lemos. Ele que é coordenador da Corrente Sindical Classista (CSC), segunda maior força na CUT, acrescenta ainda, que nesse quadro a CSC também é um pólo no movimento sindical, e que hoje tem significativa força em vários ramos de atividades. No entanto, dentro da CUT, não tem espaço para interlocução pública com os trabalhadores.


 


O coordenador da CSC, diz ainda que esta corrente se defronta com o hegemonismo da força majoritária da CUT. “A CUT deixou de ser plural e afastou várias forças da central e a CSC se sente represada dentro desta central, nessa situação começou o debate com outras correntes políticas e independentes”, informa Lemos sobre a idéia de criação de uma central classista. Ele garante que a construção da central sindical será efetivamente democrática, plural e classista. E o reconhecimento das centrais sindicais pelo governo, também colaborou para o aceleramento do processo desta discussão. “Pretendemos realizar um seminário da central classista (ainda sem nome) nos dias 23, 24 e 25 de agosto para discutir projeto de nação e organização sindical unificando o pensamento sobre o Brasil e a luta dos trabalhadores”, destaca o coordenador da CSC. Já a Corrente Sindical Classista deve realizar um congresso extraordinário em setembro para definir os rumos para a central democrática e unitária que será criada.


 


Para o presidente da Federação dos Comerciários do RS (Fecosul), Guiomar Vidor, esse debate sobre a criação de uma central sindical classista, surgiu no momento em que o movimento sindical e os trabalhadores anseiam por uma alternativa diferente. “Queremos uma organização sindical que consiga expressar a vontade dos trabalhadores em lutar por transformações mais profundas na sociedade brasileira”, completa Vidor.


 


 


Nenhum direito a menos, só direito a mais



 


Segundo os organizadores da central classista o povo trabalhador da cidade e do campo anseia por mudanças. Neste sentido as propostas defendidas são; lutar para reverter o arrocho dos salários; buscar o pleno emprego; combater a precarização; garantir segurança e saúde no trabalho; defender a sustentabilidade ambiental; mudar o modelo agrícola, efetivando a reforma agrária, combatendo a super exploração dos assalariados agrícolas e reforçando a agricultura familiar; assegurar o acesso de todos aos direitos trabalhistas e previdenciários, bem como à educação de qualidade, saúde e outros serviços públicos.


 


Os sindicalistas, que debatem a central classista, também querem levantar a bandeira de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania e valorização do trabalho. Isso significa defender um crescimento mais robusto e duradouro do PIB, que demanda mudanças na política econômica; o fortalecimento do Estado, com aumento dos investimentos públicos; a integração solidária dos países latino-americanos.


 


Eles garantem que as iniciativas que visam a construção de uma nova alternativa sindical não se contrapõem a nenhuma das centrais existentes. Pelo contrário, entendem que podem contribuir mais para buscar uma ampla unidade dos trabalhadores da cidade e do campo. Os classistas defendem, ainda, que a unidade do movimento sindical não passa por uma só central sindical, mas a união de todas as centrais e organizações sindicais nas lutas concretas.


 


De Porto Alegre


Marcia Carvalho