Sem categoria

Martinho da Vila lança ''Vermelho 17'', seu sétimo livro

Uma das primeiras autorias de Martinho da Vila foi o samba-enredo em homenagem a Machado de Assis que compôs para a Escola de Samba Boca do Mato, em 1959, quando tinha 21 anos — e que posteriormente foi gravado por ele no LP Samba Enredo, de 1

Vermelho 17 é um livro de ficção e conta a estória do adolescente carioca, inusitado e comum chamado Vermelho de Assis Barreto, aos 17 anos. Filho do barbeiro comunista Gerônimo, que batizou o filho com o nome da sua cor preferida, por torcer pelo América e também pela associação à ideologia do socialismo. Desde a infância, Vermelho foi criado na barbearia Madeixa de propriedade do pai e nesse ambiente de homem tudo aprendeu no foro entre discussões políticas e religiosas.


 


O livro traduz o clima das barbearias do passado como templo de filosofia popular. E tem como pano de fundo os fatos e episódios da vida nacional através das lembranças do velho barbeiro Gerônimo. É ele que relata as memoráveis discussões a que assistiu ali: desde os motivos da renúncia de Jânio Quadros ou entre fanáticos por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek disputando quem foi o melhor presidente. Também ocorreram ferrenhos embates quando a jogatina foi proibida no Brasil pelo recém-empossado Marechal Dutra na década de 40.


 


O autor — que é filiado ao PCdoB — desenvolve a fantasiosa aventura de Vermelho descrevendo os conflitos normais de todo adolescente: a primeira experiência sexual, o relacionamento com a turma, o primeiro amor, filmes de sexo — além da separação dos pais que o obrigou a deixar o Rio para viver em São Paulo.


 


Antes de Vermelho 17, Martinho da Vila publicou Vamos Brincar de Política?, Kizombas Andanças e Festanças, Romance Fluminense, Ópera Negra, Memórias de Tereza de Jesus e Os Lusófonos.


 



Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras, no lançamento do livro