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Para dirigente da Contag, solução é reforma agrária

Por Priscila Lobregatte*


“Temos observado que a relação entre canavieiros e usineiros, no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores, não tem melhorado. Os usineiros acreditam na impunidade”. As palavras são de Antônio
Lucas Filho, secr

Segundo ele, até os anos 90 havia cerca de 5 mil fiscais no país. Hoje, disse, o número está em 3.500. “Como o TEM não tem pessoal suficiente e não consegue atender a essa demanda, sabemos que os latifúndios estão, cada dia mais, avançando na precarização do trabalho”, denuncia Lucas Filho.


 


 


Para Lucas Filho, é preciso uma ação “mais forte e audaciosa” por parte do governo federal. “No entanto, o que vemos é o governo Lula chamando os usineiros de heróis. Quando um presidente coloca como heróico o latifúndio da cana de açúcar, ele acaba fortalecendo o setor”, queixou-se. E questionou: “essa expansão da produção de cana está centrada na mecanização. E que expansão é essa que não gera emprego, que concentra renda e terra e aumenta o desemprego? Em nome desse crescimento, podemos deixar cerca de um milhão de brasileiros desempregados. Queremos discutir isso com o governo”.


 


 


E é com o objetivo de apresentar propostas ao Planalto que a Contag vai realizar em julho um encontro nacional do qual participarão governantes de todos os estados que tenham plantação de cana, além de trabalhadores rurais e sindicalistas. “Por ora, podemos dizer que a solução é avançar na reforma agrária”, disse o dirigente da Contag. De acordo com Lucas Filho, muitos desses trabalhadores que hoje
cortam cana não conseguirão emprego ou qualificação para ocupar a indústria sucroalcooleira. “A maior parte precisará ficar na terra. É esse o desejo da maioria deles”, ressaltou.


 


 


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* Matéria originalmente publicada na versão eletrônica do jornal A Classe Operária, em fase de teste. Para ler a última edição do jornal, clique aqui.