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Protestos pela educação se espalham pelo RS

Os protestos contra a falta de verbas e de professores e contra as mudanças na educação propostas pelo governo do Estado estão se espalhando pelo interior gaúcho. Nesta semana, escolas foram paralisadas e a comunidade realizou caminhadas em Venâncio Aires

Na quinta de manhã (9), cerca de 200 professores e estudantes de Cruz Alta caminharam pela cidade e encenaram o velório da educação pública em frente à Coordenadoria Regional de Educação. O diretor do 11º Núcleo do Cpers Sindicato, Paulo César Machado dos Santos, relata que os estudantes estão bastante preocupados com a enturmação nas escolas.


 


“Os estudantes que participaram do protesto são, em grande parte, atingidos pela enturmação. Os alunos não aceitam, essa situação. Nós temos em torno de 50 turmas já enturmadas e continuamos com falta de supervisão e orientação também”, diz.


 


Nesta sexta (10), a comunidade de Santa Maria realiza um protesto na praça Saldanha Marinho e em frente da Coordenadoria Regional de Educação (CRE). O diretor do 2º Núcleo do Cpers, Bruno Pippi Filho, relata que o governo já vem juntando turmas de séries diferentes na cidade.


 


“A enturmação está acontecendo aqui. Eles vão fazendo à rivelia, eles vão fazendo e pronto. A gente não tem o controle disso. Está acontecendo também a multiseriação, 2ª série com 3ªsérie, 3ª série com 4ª”, diz.


 


Sucateamento


 


Os problemas do transporte nas regiões de Santa Maria e de São Borja foram resolvidos durante a semana, com o pagamento do que o governo do Estado devia às prefeituras. Somente na cidade de Santa Maria, 750 estudantes dependem do transporte para ir às 12 escolas estaduais.


 


No entanto, a falta de professores e funcionários e os recursos atrasados continuam sendo as principais dificuldades no cotidiano do estudante e do professor. Desde que assumiu, a governadora Yeda Crusius não repassou, em nenhum mês, os recursos integralmente para as escolas. Nos dois primeiros meses pagou 50% da verba e, nos outros, 70%.


 


Com os cortes na educação e em outros setores, o governo anuncia que irá cumprir a meta de reduzir em R$ 300 milhões os gastos do Estado neste ano. A presidente do Cpers, Simone Goldschmidt, critica a posição da governadora em chamar os investimentos da educação como gastos. A professora afirma que, ao invés de cortar as verbas de áreas estratégicas, o governo deveria investigar a sonegação fiscal.


 


“A Secretaria de Educação tem se movido, não por programas pedagógicos, mas sim pela economia. Nós sabemos que tudo isso tem um preço alto por esse desmando que está sendo feito na área que atende, justamente, os filhos dos trabalhadores nas nossas escolas públicas”, afirma.


 


Na assembléia da categoria realizada na sexta passada (03), em Porto Alegre, os professores aprovaram a pauta de reivindicações. Além de nomeação de professores e abertura de novos concursos, eles também reivindicam o aumento do piso salarial, de R$ 272 para R$ 468. A categoria também pediu a saída da secretária de Educação, Mariza Abreu, que não é aberta ao diálogo. Os professores não descartam a possibilidade de entrar em greve.


 


Agência Chasque