Assembléia debaterá presença da mulher em lutas indígenas
Mulheres indígenas de 10 estados do país, que representam 48 etnias, participam a partir de amanhã (13) da 1º Assembléia das Guerreiras Indígenas do Leste e Nordeste. Pelo menos 120 líderes indígenas das regiões se encontrarão para debater mecanismos de o
Publicado 12/08/2007 12:12
“Vamos fazer um diagnóstico para avaliar as principais dificuldades, saber o que essas guerreiras enfrentam diariamente em suas comunidades, o significado de ser mulher indígena, conhecer os tipos de agressão e exclusão que elas enfrentam”, adiantou Uilton Tuxá, coordenador-geral da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme).
Segundo ele, a entidade, fundada em 1990, ainda não havia priorizado a questão da organização social das mulheres indígenas. “Elas sempre estiveram presentes no processo de luta e resistência das comunidades, são guerreiras, é fundamental reconhecer essa importância.”
Após reuniões em cada aldeia, representantes escolhidas pelas comunidades vão definir os princípios para o fortalecimento de espaços permanentes de diálogo entre as mulheres e o movimento indígena.
Na avaliação de Mirian Terena, representante do Conselho Nacional de Mulheres Indígenas, a assembléia marcará a atuação cada vez maior das lideranças femininas na busca de ações de saúde, educação e qualidade de vida para o desenvolvimento dos povos indígenas.
“A mulher é quem fica na comunidade, passa o dia fazendo seu artesanato e cuida das crianças enquanto os homens saem. Mas isso não quer dizer que ela fique só na aldeia; ela sai também para os debates e participa ativamente das questões.”
Elas discutirão a atual política indigenista do Brasil e questões como a violência contra a mulher e igualdade de gênero nas comunidades, além de grupos de trabalho para debater meio ambiente, saúde e educação com foco na participação feminina. A reunião termina sexta-feira (16), no município mineiro de Ribeirão das Neves, a cerca de 30 quilômetros de Belo Horizonte.