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 Aborto põe em marcha e contramarcha manifestantes em Brasília

Uma multidão  reuniu-se em torno de um grande palco com luzes coloridas acompanhando músicas religiosas na Marcha Nacional da Cidadania em Defesa da Vida, no final da tarde desta quarta-feira (15), na Esplanada dos Ministérios. No mesmo espaço, um

''O momento é muito propício para o debate que é gerado pelo confronto de idéias'', explicou Gabriel Senerene, estudante da UnB que participou da manifestação do Movimento Corpus Crisis, em resposta aos gritos de ''assassinos'' dos manifestantes da Marcha em Defesa da Vida. A polícia garantiu que os confrontos não passassem dos insultos.



O movimento Corpus Crisis – que trata de sexualidade e questão de gênero – conseguiu reunir um grupo de pessoas, com apoio da CFemea e Coturno de Vênus, para realizar uma contramarcha, e não se intimidaram com o número de pessoas contrários à legalização do aborto.



''Eles possuem forte aparato financeiro, grande apelo religioso e a mídia corporativa, o que justifica o número de pessoas'', explicou Gabriel, ao mesmo tempo em que defende a necessidade de provocar debate e questionamento que giram em torno desse assunto. ''Vamos abrir uma temporada de luta pela descriminalização do aborto, com manifestações, marchas e acampamentos'', anunciou Gabriel.


 


Motivação



Os manifestantes ''Por um Brasil sem aborto'' se posicionam contra qualquer discussão  sobre o assunto, alegando que qualquer projeto sobre o tema que tramita no Congresso Nacional é inconstitucional. Segundo eles, ''o artigo 5o da Constituição Brasileira garante a inviolabilidade do direito à vida. E essa determinação constitucional não pode ser modificada, por ser uma cláusula pétrea''.



Na justificativa do projeto de lei que tramita na Câmara descriminalizando o aborto, as alegações consideram a realidade brasileira de que a ilegalidade não evita os casos de aborto. Os casos de abortamento fazem parte da estatísticas da realidade brasileira – apesar das sub-notificações – e são responsáveis por grande número de mortes maternas.



Os defensores da descriminalização do aborto também alegam que o Brasil é um estado laico e que a discussão não pode ser baseada nos princípios religiosos, acrescentando que a legalização do aborto não representam uma obrigatoriedade das mulheres em fazerem aborto. Aquelas pessoas que, por princípios religiosos, não querem abortar, não serão obrigadas a fazê-los pela nova lei. Em contrapartida, as que quiseram fazer, o farão em condições seguras, sem riscos de morte, como ocorre atualmente.



De Brasília
Márcia Xavier