Comunistas do Japão avaliam retrocesso de situacionistas
Em artigo publicado esta semana no jornal Akahata, do Partido Comunista do Japão, os comunistas japoneses analisam a derrota do bloco conservador composto pelo Partido Democrata Liberal e pelo Komei nas eleições legislativas locais realizadas em
Publicado 16/08/2007 12:21
Na eleição para a Câmara dos Deputados realizada em 29 de julho, o PCJ recebeu 7,48% do total dos votos válidos e obteve 3 cadeiras, Inoue Satoshi e Kami Tomoko foram reeleitos e Yamashita Yoshiki foi reconduzido ao cargo que já ocupara anteriormente.
A coalizão do governo perdeu um grande número de cadeiras e tornou-se minoria na Câmara.
O PLD elegeu apenas 37 parlamentares, 27 a menos do que na eleição anterior, sofrendo uma derrota esmagadora, a segunda maior derrota em sua história após o Gabinete Uno, no qual fez uma bancada de apenas 36 membros na eleição para a Câmara dos Deputados, em 1989.
O Partido Komei que perdeu suas cadeiras em três distritos eleitorais, elegeu nove parlamentares.
O Partido Democrata do Japão elegeu 60 parlamentares, 32 a mais do que na última eleição. O total da bancada do PDJ na Câmara dos Deputados aumentou para 109, o que o torna o partido com maior representatividade Câmara.
Na eleição de representação proporcional, o PCJ obteve 4.407.937 votos, cerca de 45.000 a mais do que na última eleição para a Câmara Alta em 2004 e cerca de 79.000 a mais do que na eleição de 2001.
O PCJ não elegeu nenhum candidato na eleição distrital. Recebeu 5.164.572 votos na totalidade (8,7 % dos votos), cerca de 360.000 a menos do que na eleição de 2004, entretanto obteve mais votos do que na eleição anterior em zonas eleitorais importantes como Tóquio, Osaka e Kyoto, onde o PCJ fez um esforço extremo para ganhar cadeiras.
O PCJ e os resultados das eleições para a Câmara dos Deputados
O Comitê Executivo do Comitê Central do Partido Comunista Japonês emitiu em 30 de julho a seguinte declaração a respeito dos resultados da eleição para a Câmara dos Deputados:
1. Na eleição de 29 de julho para a Câmara dos Deputados, o Partido Comunista Japonês elegeu 3 parlamentares na representação proporcional do eleitorado nacional, dos quatro candidatos apresentados para reeleição, mas o Partido manteve sua posição recebendo cerca de 4.4milhões de votos (7,48 % do total de votos válidos), superando a votação recebida nas eleições de 2004 e 2001 para a Câmara Alta.
Nas eleições distritais o PCJ não obteve cadeiras. Entretanto em Tóquio, Osaka, Kyoto e alguns outros distritos, nosso Partido recebeu mais votos do que na eleição anterior.
Expressamos profunda gratidão a todos os nossos eleitores e apoiadores,em particular à associação dos militantes do PCJ e aos membros do Partido que enfrentaram ventos, chuvas e ondas de calor para ajudar o Partido.
2. Nesta eleição o Partido Democrata Liberal diminui em 27 cadeiras a sua bancada. O Partido Komei, que estava orgulhoso de sua ‘invencibilidade,’ perdeu 4 lugares. Isto mostra quanto foi severo o veredicto dos eleitores relativamente ao Gabinete Abe e aos partidos governantes PLD e Komei.
Claramente, os eleitores julgaram a estrutura política da coligação PLD-Komei que nunca brindou o povo com um futuro promissor. Isto não é somente o reflexo de falhas ou má-conduta dos membros dos gabinetes, inclusive do primeiro-ministro, mas também denota a má administração dos fundos de pensão. A crítica popular foi contra os 10 meses das políticas do Gabinete Abe que exacerbaram a pobreza e ampliaram o abismo existente entre pobres e ricos no nosso país, enquanto seguem uma linha na política externa que insiste em que as guerras de agressão feitas pelo Japão no passado foram guerras justas.
O fiasco do Gabinete Abe, que exige na sua plataforma eleitoral uma revisão constitucional, deu forte impulso às forças direitistas pró-Yasukuni que defendem “a saída do Japão do regime de pós-guerra”.
Estamos convencidos de que o PCJ cumpriu seu papel no veredicto popular que as políticas do governo de coalizão PLD-Komei receberam, porque nos apresentamos como um partido de oposição, confiável e capaz de confrontar as políticas antidemocráticas do governo de coalizão.
O PCJ tomou parte ativa de todos os debates políticos,sobre todas as questões, inclusive a questão das pensões, da previdência social, das taxas urbanas residenciais e de bens de consumo, da pobreza, da corrupção política e da revisão da Constituição e, simultaneamente, expôs escândalos por meio de investigações profundas. De forma que o PCJ jogou um papel significativo na exposição das políticas antidemocráticas do governo.
3. O veredicto popular sobre a coalizão PLD-Komei nestas eleições sugere o advento de uma nova era, na qual um novo processo político está começando com os eleitores ansiando por uma mudança política como alternativa à existente. Entretanto, isto não significa que o povo tornou clara sua proposta sobre a alternativa política à política atual. Em resposta à necessidade popular, tanto na Dieta quanto nas eleições parlamentares, exige-se uma discussão profunda do novo curso da política.
Na era vindoura, de turbilhão político, o papel do PCJ será mais importante do que nunca. Bem ciente disso, o PCJ faz todos os esforços possíveis dentro e fora da Dieta para realizar seus compromissos de campanha. O PCJ empenha-se para fortalecer suas fileiras do ponto de vista político, teórico e organizacional, a fim de estar capacitado a tomar todas as iniciativas necessárias para atender quaisquer necessidades que possam surgir.
O PCJ, como um partido da genuína reforma eleitoral e um construtor da nova estrutura da política nacional, avançará ainda mais nas próximas eleições nacionais.
Tradução: Maria Helena D’ Eugenio
Fonte: Jornal Akahata