Aliados fazem jantar para discutir alianças para 2008
Os presidentes e líderes dos 11 partidos que apóiam o governo Lula participam de um jantar nesta noite para discutir alianças eleitorais nas eleições municipais do ano que vem. O encontro ocorre no apartamento do presidente do PMDB, deputado Michel Temer
Publicado 21/08/2007 21:13
O presidente Lula decidiu atuar para impedir que se crie um quadro eleitoral de enfrentamento entre os partidos da base, sobretudo entre o PT e o Bloco de Esquerda, formado por PSB, PDT e PCdoB, com cicatrizes difíceis de ser superadas.
O presidente Lula confidenciou a aliados que não quer que se repita nas eleições municipais o que aconteceu na disputa pela presidência da Câmara, no início deste ano, entre os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que oito meses depois de ocorrida continua uma ferida aberta.
“A iniciativa é positiva. Temos que evitar que os partidos aliados batam de frente nas eleições municipais. Trabalhar numa linha para que no dia 2 de outubro de 2008 pessoas que constroem juntos o governo Lula não se sintam impossibilitados de sentar na mesa e tratar de 2010”, disse o líder do PT, deputado Luiz Sérgio (RJ).
A conversa desta noite, conforme Temer, seria apenas o pontapé inicial desse diálogo. O pemedebista avalia que essa iniciativa é diferente da fracassada tentativa do PT e do PMDB de lançarem, em 2004, alguns candidatos comuns nas capitais. De lá para cá, o PT apanhou muito e isso teria feito o partido ficar mais aberto e flexível às alianças e a apoiar cabeças de chapa de outros partidos governistas.
“O mundo era outro naquela época. Não existia a coalizão que hoje governa o Brasil nem estávamos tão próximos como estamos agora com o funcionamento do Conselho Político”, afirmou Michel Temer.
Apesar do discurso, as articulações em curso revelam que os governistas estão longe de uma unidade mínima. Nas duas principais capitais do país, São Paulo e Rio de Janeiro, a base aliada trabalha com várias candidaturas. Em São Paulo, o PT tem os nomes da ministra Marta Suplicy e o do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia; o PCdoB vai sair com Aldo Rebelo; o PSB tem a deputada Luiza Erundina; e o PDT o deputado e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
No Rio de Janeiro, o PMDB trabalha para fazer o vice-governador Luiz Fernando de Souza Pezão seu candidato; no PT a principal articulação é em torno da ex-governadora Benedita da Silva; o PCdoB tem a ex-deputada e secretária da Saúde de Niterói, Jandira Feghali.
O quadro de proliferação de candidaturas governistas para um mesmo cargo se repete em outras capitais. Em Porto Alegre a base aliada já tem três candidatos: Manuela D'Ávila (PCdoB), Vieira da Cunha (PDT) e Miguel Rossetto ou Maria do Rosário (PT). Em Salvador os nomes são: o profeito João Henrique Carneiro (PMDB), Nelson Pelegrino (PT), Lídice da Mata (PSB) e Alice Portugal ou Olívia Santana (PCdoB).
Fonte: G1
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