Sem categoria

Uruguai: Pesquisa associa injustiças sociais ao destino

Um em cada cinco uruguaios que vivem em assentamentos precários de Montevidéu acredita que os motivos que levam alguns a ter muito dinheiro, enquanto outros estejam na miséria, são a má distribuição da riqueza e a injustiça social, mas grande parcela atri


Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (21) revelou que 22% dos entrevistados pensam que a distribuição injusta deve-se ao ''mérito individual''; 21% a atribuem à ''injustiça social'', enquanto 19% vinculam a ''heranças familiares'' e 9% ao ''destino''.



O estudo foi realizado pelo Observatório de Políticas Culturais da Universidade estatal e pela Prefeitura de Montevidéu. Cerca de 50% dos consultados afirmaram que seus pais viviam em um bairro melhor, mas 43% não querem se mudar para outro lugar.



Quatro de cada cinco pessoas pesquisadas residem em bairros da periferia desde antes da crise financeira de 2002, e um de cada cinco está nessa situação desde antes do fim da ditadura militar uruguaia, em 1985.



Quase 73,2% dos habitantes desses bairros de moradias precárias têm esperança de que dentro de cinco anos estarão em melhor situação do que hoje. Cerca de 51,6% estão convencidos de que poderão seguir adiante com a ''garra charrua'', uma força mística a que alta porcentagem de uruguaios atribui algumas façanhas esportivas do passado, e 65% acredita que é útil a vida árdua.



A metade das casas possuem renda inferior a 4.000 pesos (US$ 170) mensais, 21% entre 4.000 e 6.000 pesos (US$ 255) e 25% ganham mais de 6.000 pesos por mês.



O estudo, que entrevistou 440 pessoas, estabeleceu que 90% dos habitantes dos habitantes desses bairros pobres possuem rádio ou gravador. Além disso, 91% têm televisão a cores e 28% estão conectados à TV a cabo; 54% possuem equipamentos de áudio com CD e 42% câmera fotográfica.



Quase 96% dos consultados expressaram sua preferência pela produção uruguaia na programação de TV, e 70% se mostraram contra a transmissão de programas argentinos, que ocupam os principais horários das emissoras comerciais locais.



No entanto, 12,4% dos entrevistados não sabem o que é Internet, enquanto 63% nunca a usou; outros 2% se conectam à rede desde sua casa e 17% recorrem a cyber-cafes.



A pesquisa revelou ainda que 4% dos habitantes de bairros da periferia têm estudos universitários, 50% estudos secundários e 45% apenas primário.



Fonte: Ansa Latina