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Cineasta quer filmar história de presidente norte-coreano

Mesmo desconhecido do grande público, o diretor britânico Daniel Gordon convenceu a Coréia do Norte a lhe dar autorização para rodar três filmes – e agora ele quer fazer o projeto principal: um longa-metragem sobre o líder do país comunista, Kim Jong-il.

Gordon – que está em Seul para divulgar seu último filme, Crossing the Line, sobre o desertor norte-americano James Dresnok – falou com a Reuters recentemente, no bar do Clube dos Correspondentes Estrangeiros na cidade, sobre sua idéia de fazer um filme sobre o presidente norte-coreano.


 


Kim Jong-il, apelidado de “Querido Líder” e já descrito como maior cinéfilo da Coréia do Norte,  assumiu o poder com a morte de seu pai, Kim Il-sung, em 1994. É presidente da Comissão Nacional de Defesa e secretário-geral do Partido dos Trabalhadores Coreano.


 


De acordo com a imprensa estrangeira, Kim Jong-il tem milhares de filmes em seu acervo pessoal, além de créditos como diretor e produtor de filmes de propaganda socialista em seu país.


 


“Quero realmente fazer um grande filme sobre a Coréia do Norte”, disse Gordon. “Meus três outros filmes são histórias menores que eu sabia que seriam simpáticas de se fazer, mas funcionariam mais ou menos como teledocumentários.”


 


Os filmes de Gordon trataram do sucesso inesperado da seleção norte-coreana na Copa do Mundo de futebol de 1966 e também das duas ginastas que se preparavam para os Jogos de Massa de Arirang Aos 34 anos, o cineasta fez seu primeiro filme norte-coreano devido a sua paixão pelo futebol.


 


Gordon diz que ele e seu parceiro d'e trabalho Nick Bonner têm plena consciência das críticas. “Para mim, existem muitos lados em cada país e sociedade – e o que mostramos é um vislumbre da vida cotidiana em Pyongyang. Fazemos essa distinção”, disse ele. “Na minha opinião, existe mais na Coréia do Norte do que direitos humanos e fome.”


 


Em seus filmes norte-coreanos, o diretor deixa que as pessoas contem histórias pessoais com suas próprias palavras, mostra cenas e panos de fundo do cotidiano – expondo-se a um mundo sedento por detalhes da vida na Coréia do Norte.


 


Seu filme mais recente tem cenas extensas com Dresnok, soldado norte-americano que desertou para a Coréia do Norte em 1962, no momento em que os exércitos dos dois países se enfrentavam em um dos possíveis momentos mais explosivos da Guerra Fria.


 


O país exerceu grande impacto sobre Gordon, que o visitou pela primeira vez em 2001, e acha que já passou ao todo dez meses ali. “É quase como se, quando você vai à Coréia do Norte, recebesse uma injeção de uma droga que faz você querer voltar sempre”, disse ele. “É um país diferente de qualquer outro.”