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Luiz Weiz: Mídia não deu a principal decisão do STF

A mídia parece que não atinou com o dado mais importante implícito nas decisões do Supremo Tribunal Federal. Por causa das árvores, não enxergou a floresta. Ao não rejeitar por inteiro o pedido de abertura de processo contra os 40 arrolados pelo procurado

O que se discutirá no futuro – sabe-se lá por quantos anos – é quais dos não-inocentados em princípio dessa ou daquela acusação formulada contra eles são efetivamente culpados.


 


Não é razoável esperar, se e quando o julgamento dos réus, caso a caso, chegar ao fim, que todos sejam absolvidos.


 


Não só não é razoável, como o Estado ressalta hoje que o “julgamento do mérito já aparece”. Dos repórteres Leonencio Nossa e Eugênia Lopes:


 


“Foi assim, por exemplo, quando o ministro Cesar Peluso defendeu uma ação contra o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. ´Há desvios concretizados em contrato, no mínimo é peculato culposo´, afirmou ao comentar o desvio de R$ 73 milhões do banco para o esquema. O ministro Carlos Ayres Britto chegou a comparar os acusados no mensalão aos governadores corruptos do Brasil Colônia.”


 


E por falar em Estadão, compare-se a pobreza informativa de sua manchete sobre o assunto com as da concorrência.


 


Folha: “Gushiken e Valério viram réus; Dirceu escapa de uma acusação”, com o sub-título “STF abre processo contra 19 por mensalão; ex-chefe da Casa Civil ainda enfrenta denúncias”.


 


Globo: “Gushiken e Valério puxam lista dos 19 primeiros réus”, com o sub-título “Dirceu, Genoino e Delúbio escapam de peculato, mas ainda podem ser processados”.


 


E o Estado: “Mensalão já tem 19 réus”, com o sub-título “Dois ministros de Lula entre os acusados no Supremo por peculato e lavagem de dinheiro”. Nomes dos já réus, ou dos ainda não, nem pensar.