Ministro colombiano admite mediação de Chávez com as Farc
O ministro de Interior e Justiça colombiano, Carlos Holguín, afirmou que a ajuda do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para libertar os reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pode de fato ser necessária.
Publicado 27/08/2007 15:51
Holguín disse à imprensa de seu país que “o presidente Chávez já sabe que o governo não vai desocupar território colombiano nem permitirá que os guerrilheiros que forem libertados voltem à floresta”. A imprensa também publicou nesta segunda-feira (27) a segunda parte de uma entrevista com Luis Edgar Devia, conhecido como “Raúl Reyes”, porta-voz e chefe internacional das Farc.
O guerrilheiro destaca que o grupo estaria disposto a participar de uma coalizão liderada pelo social-democrata Pólo Democrático (PD), caso o governo de Álvaro Uribe, qualificado de “ilegítimo” e “corrupto” pelas Farc, apresentasse sua renúncia.
Para Reyes, o PD “é uma força política de massas, de multidões” que seria apoiado pelas Farc se possuir “um programa que reivindique e dignifique verdadeiramente o povo colombiano”.
“O que queremos é que haja avanços nesse objetivo, com pleno conhecimento de que esta não é a solução definitiva”, disse.
O porta-voz das Farc também elogia o governo revolucionário de Chávez e expressa sua simpatia com as administrações de Evo Morales na Bolívia e de Rafael Correa, no Equador.
Negociações
As Farc desejam trocar 500 guerrilheiros presos por 45 políticos, soldados, e policiais, além da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e dos americanos Thomas Howes, Keith Stansell e Marc Gonsalves.
Para Holguín, as condições impostas pela guerrilha para libertar os seqüestrados deixam as negociações em ponto morto. “Nós não aceitamos de nenhuma maneira as pressões das Farc nem a desocupação” militar dos municípios de Pradera e Florida, assim como a desmilitarização da Colômbia, ressaltou.
Chávez e o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, reúnem-se na sexta-feira (31) em Bogotá para discutir como a Venezuela pode ajudar a fechar um acordo humanitário.
Da redação, com agências