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Bolívia: Indígenas marcham em defesa de nova Constituinte

Camponeses e indígenas do departamento central de Chuquisaca percorreram nesta segunda-feira (27) as ruas de Sucre, na Bolívia, em defesa da Assembléia Constituinte, interrompida por tempo indeterminado.

De acordo com o secretário-geral da Confederação Única dos Trabalhadores Camponeses da Bolívia, Juan Picha, a marcha foi pacífica e exigiu a unidade nacional. O dirigente explicou que uma das propostas dos manifestantes é que a reivindicação da transferência dos poderes Executivo e Legislativo para Sucre seja tratada numa comissão de alto nível, sem afetar as deliberações do foro.



Da mesma maneira, afirmou que exigiram um quarto poder de controle social a ser exercido pelas organizações e pelos povos originários. Também sustentou a importância de evitar confrontos entre bolivianos e pronunciou-se a favor do diálogo para essas reivindicações.



Delegados de Chuquisaca e membros do Comitê Interinstitucional que convocaram uma greve para esta terça-feira assinalaram que a marcha de camponeses e indígenas foi bem-vinda e evitou ações de provocação.



Constituinte ameaçada



Na véspera, o vice-presidente da República, Álvaro García, afirmou que a Assembléia está ameaçada por grupos violentos de direita, associados a antigos políticos.



Em declarações à imprensa, ele reafirmou que o governo não pode permitir que os interesses da oposição sejam impostos às maiorias, aos povos originários, a cujas lutas “devemos a própria Assembléia como cenário das transformações”.



“A Constituinte tem o desafio de apresentar antes de 14 de dezembro próximo o projeto de nova Carta Magna”, acrescentou.



Nesse sentido, García defendeu que os verdadeiros filhos da Bolívia “devemos garantir o processo de refundação nacional frente aos desmandos que hoje protagonizam os herdeiros das ditaduras de Hugo Bánzer ou de Gonzalo Sánchez de Lozada”.



O vice-presidente também fustigou as autoridades do departamento central de Chuquisaca que utilizam as verdadeiras reivindicações do território para fazer fracassar esse foro.



Fonte: Agência Prensa Latina