Venezuela pede voto de confiança na negociação com as Farc
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, pede que se confie na mediação do presidente Hugo Chávez por uma troca entre seqüestrados e guerrilheiros colombianos, apesar de as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) terem se
Publicado 28/08/2007 17:02
O chanceler admitiu que as declarações dadas ao jornal argentino Clarín por Raúl Reyes, porta-voz e líder internacional das Farc, foram lidas com muito cuidado. Porém, ele não quis comentá-las.
“Neste processo tão complexo, delicado, importante, que tem a ver com a vida de dezenas de pessoas (…), devemos ter muita prudência, paciência e confiança em que Deus nos ajudará para que tudo se saia bem e que o acordo humanitário seja feito”, disse Maduro.
O acordo possibilitaria a troca de seqüestrados pelas Farc por guerrilheiros presos. Reyes agradeceu à proposta feita por Chávez, de que os seqüestrados sejam entregues em território venezuelano, mas declarou que a troca deve ocorrer na Colômbia.
Na entrevista publicada no último domingo (26), realizada em algum lugar da floresta colombiana, Reyes afirmou que as Farc continuam insistindo para que a troca ocorra na Colômbia, “por ser um problema derivado de um conflito interno”.
O líder das Farc insistiu em exigir do governo colombiano a desmilitarização dos municípios de Florida e Pradera (sudoeste) para que ocorra a troca de 45 reféns em mãos do grupo insurgente por 500 guerrilheiros presos.
Liberdade
O ministro do Interior e Justiça da Colômbia, Carlos Holguín Sardi, também afirmou ao jornal Clarín que não importa o lugar em as Farc libertarão os seqüestrados.
O presidente Hugo Chávez havia declarado no sábado que está à espera de uma “resposta positiva” do chefe das Farc, Pedro Antonio Marín, mais conhecido como “Manuel Marulanda Vélez” ou “Tirofijo”, e que os contatos já começaram a ser feitos.
“Continuo esperando uma resposta positiva de 'Manuel Marulanda', o chefe das Farc”, disse Chávez durante um ato político em Caracas. “Tomara que o governo da Colômbia e a guerrilha colombiana me permitam, de verdade, ajudar, para que em breve todas essas pessoas (os seqüestrados) estejam em suas casas, com seus filhos, com seus pais, vivendo em liberdade”, acrescentou o presidente venezuelano.
Chávez e Uribe devem se reunir na próxima sexta-feira em Bogotá para definir como a Venezuela pode ajudar a concretizar o acordo humanitário.
Fonte: Ansa Latina