Direita boliviana volta a falar em secessão do país
Num momento em que a tensão se acirra na Bolívia, com protestos da oposição e acusações do governo de que a direita estaria planejando a secessão, o prefeito de Santa Cruz, Percy Fernández, propôs a divisão do país em dois. Para ele, os departamentos de P
Publicado 30/08/2007 10:37
Fernández disse que os outros três Departamentos do país – La Paz, Oruro e Potosí, que ficam na região andina – deveriam formar a “Bolívia Ocidental”.
Analistas dizem que a proposta pode ser um balão de ensaio, testando a reação e a coesão dos oposicionistas ao governo do presidente Evo Morales. Santa Cruz é o departamento de economia mais forte no país e já vem pleiteando maior autonomia.
Papel dos EUA
Manifestações da oposição levadas a cabo ao longo desta semana acabaram em conflito com a polícia. O ministro da Casa Civil da Bolívia, Juan Ramón Quintana, não quis comentar a proposta do prefeito. Mas acusou os EUA de darem orientações antidemocráticas e desestabilizadora à oposição.
Quintana disse que o presidente Evo Morales não aceitará mais ajuda econômica de Washington se essa situação persistir. Evo ameaçou adotar ações radicais contra diplomatas estrangeiros, a quem acusou de envolvimento numa conspiração política de direita.
“Se a cooperação dos EUA não se ajusta à política do Estado boliviano, terá as portas abertas para sair”, disse Quintana. Ele acrescentou que 70% da ajuda econômica americana se destina a projetos que o governo de La Paz não controla. “Não vamos permitir um dia mais em que esta forma de cooperação manche a nossa democracia, conspire contra o direito à liberdade do nosso povo e além disso ofenda a dignidade nacional. Não estamos dispostos a ser quintal de nenhuma potência estrangeira.”
A embaixada norte-americana não se manifestou sobre o assunto. A ajuda dos EUA ao país, canalizada principalmente por meio da agência governamental USAid, atingirá neste ano cerca de US$ 121 milhões.
Da redação, com agências