Para Mantega, EUA já não puxam sozinhos economia mundial
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira (30) que o Brasil “está preparado para enfrentar até mesmo um cenário mais pessimista da economia americana, porque os Estados Unidos não são mais a única locomotiva da economia mundial”.
Publicado 30/08/2007 16:58
Durante reunião ministerial na Granja do Torto, o ministro traçou um panorama positivo da economia brasileira. “Caminhamos para um déficit nominal zero nas contas públicas nos próximos dois anos”, comentou.
De acordo com relato de assessores da imprensa do Palácio do Planalto, Mantega foi o segundo a falar após a abertura da reunião pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro procurou mostrar em sua exposição que o Brasil está preparado para enfrentar turbulências como a crise nos mercados iniciada em julho por problemas no crédito imobiliário dos EUA.
Segundo o ministro, a economia brasileira está sólida, há um crescimento da atividade sustentado pela demanda interna e ,mesmo se houver deterioração dos indicadores econômicos dos Estados Unidos, há pouca chance de efeito no país.
Fragmentação
Na visão de Mantega, a economia americana deixou de puxar a economia global, pois China e Índia juntas já representam 20% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Ou seja, as duas economias já têm o mesmo peso que os EUA.
O ministro citou ainda que a ata do Federal Reserve (Fed, banco central americano), apresentada na terça-feira, indicou que Brasil e Argentina ” parecem estar apresentando sólido crescimento”.
Para reforçar o cenário interno positivo, Mantega informou a Lula e aos ministros presentes na reunião que a atividade produtiva está crescendo puxada pela demanda interna, com aumento de renda, do consumo, crescimento industrial e também de importações.
Citou ainda dados apresentados ontem pelo Banco Central (BC) que apontaram um resultado nominal nas costas do setor público consolidado deficitário em 2,08% do PIB, o menor valor da série. Ele também citou que o superávit primário em 12 meses até julho ficou em 4,37% do PIB, o que dá conforto para o cumprimento da meta em 2007 de 3,8% do produto.
Ao concluir sua exposição, o ministro colocou que, a despeito dos bons indicadores, o governo tem alguns desafios a enfrentar como a renovação da CPMF, aprovação da Reforma Tributária no Congresso e de medida para desoneração tributária na folha de pagamento das empresas.
Fonte: Valor Econômico