Eleições em Cuba: um desafio ao civismo dos cubanos
Por Julia Mayoral
Tornada prática cotidiana e, ao mesmo tempo, aspiração crescente dos cubanos, a igualdade de oportunidades tem agora outro momento fundamental para se expressar em escala nacional. A postulação de candidatos para serem vereadores – qu
Publicado 02/09/2007 14:45
No mínimo, poderão ser postuladas umas 30.400 pessoas, pois cada circunscrição (há mais de 15.200) deverá concluir o processo com não menos de dois candidatos. Isto é, em nenhuma circunscrição poderá haver um único candidato.
Sem intervenção de partido político que usurpe o direito dos cidadãos, a responsabilidade virtual e coletiva dos eleitores é determinante no momento de propor e postular seus candidatos na direção do Estado.
Não importa militância política, nem sexo, ocupação, crença religiosa para ser candidato. Inclusive, qualquer eleitor pode se propor a si mesmo. A nomeação dependerá da aprovação popular, pois em cada assembléia (haverá mais de 50.600), será postulada aquela pessoa que tenha a maior quantidade de votos.
Contudo, o objetivo e a necessidade de aperfeiçoar o sistema institucional no país merecem que, às portas de outro processo de nomeação, cada eleitor – e em especial a imensa maioria que se reconhece a si mesma como defensora da Revolução -, avalie com seriedade aqueles que vão ser propostos em sua circunscrição.
Sem bons candidatos – pessoas com sensibilidade humana, espírito solidário e empreendedor, vocação de serviço ao próximo, fidelidade aos interesses revolucionários do povo, preparação cultural, valentia política, capacidade para analisar e buscar soluções com a participação de seus concidadãos -, seria impossível contar com assembléias do Poder Popular potencialmente eficazes para o exercício de suas complexas funções.
Novamente, as decisões estão nas mãos de milhões de eleitores cubanos; são um direito e um dever cívicos, que merecem ser exercitados com maturidade política e paixão revolucionária.