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Veja as 25 notícias mais censuradas nos EUA em 2006 e 2007

“Nem o FBI nem o governo dos EUA formularam processos contra Osama bin Laden pelo episódio de 11 de setembro de 2001 e, curiosamente, o mítico personagem tampouco aparece entre os 10 criminisos mais procurados por essa agência americana. E o próprio FBI a

Ou seja, bin Laden é o “rosto” da tragédia novaiorquina de 11 de setembro, mas o FBI não o procura e alega não ter evidências para incriminá-lo. Então, e alguma vez existiu esse personagem? Esta é uma das muitas notícias sensacionais dos últimos dois anos que nunca foram publicadas pelas grandes meios de comunicação dos EUA, mas aparece entre os grandes temas mais ocultados ao cidadão americano desvelados este ano pelo Projeto Censurado da Universidade Sonoma State da Califórnia, que acaba de lançar seu relatório 2008, com o ranking anual das 25 notícias verdadeiramente importantes, mas censuradas nos EUA em 2006 e 2007. “As grandes mídias corporativas desse país falharam em dar a cobertura e o tratamento adequados a cada uma das histórias”, afirmaram Tricia Boreta, Peter Phillips, Kate Sims e Andrew Roth, da equipe Censored 2008.



As notícias mais censuradas pela grande imprensa americana são investigadas durante um ano nos meios alternativos da Internet, emissoras de rádio, pequenas estações de televisão, publicações impressas e numerosos outros meios. Nesta tarefa participa uma equipe de docentes e acadêmicos da Universidade Sonoma State, que seleciona cerca de mil temas, que finalmente são filtrados e reduzidos às “25 histórias mais censuradas”.



“A censura nos EUA raramente é direta ou aberta, mas sim é o resultado da incapacidade das grandes corporações informativas para tratar uma ampla gama de acontecimentos e temas verdadeiramente sérios, que os cidadãos americanos deveriam conhecer, disseram os responsáveis pelo projeto. “Sem uma cobertura de notícias que se estendam mais além do estreito círculo da elite das estruturas do poder e das políticas dirigidas pelas mídias corporativas, continuarão mantendo-se ocultas as maquinações do poder e cada vez mais seremos marginalizados das tarefas democráticas básicas, para a tomada de decisões políticas, econômicas e sociais”, observaram os autores do projeto.



Segundo os autores, “a erosão sistemática dos direitos humanos e das liberdades civis nos EUA e no mundo, é um tema recorrente nas histórias censuradas de nosso relatório 2008. A contínua consolidação nas entidades governamentais públicas de uma burocracia subordinada ao lucro privado resulta não menos que a diminuição das liberdades pessoais de todos os cidadãos. A avareza corporativa encravada nas políticas governamentais do poder é uma fábrica de fascismo”.



O estudo Project Censored, que começou há mais de 30 anos e está atualmente a cargo do sociólogo Peter Phillips, tenta preencher o vazio que a autocensura provoca na grande imprensa. “As pessoas dos EUA acreditam na Primeira Emenda”, disseram seus autores. “Apesar de ter nossas vidas sempre ocupadas, desejamos estar informados sobre as decisões mais sérias adotadas pelo poder político. Desejamos ser verdadeiramente incluídos como partícipes na tomada democrática de decisões e aspiramos ter a capacidade de sustentar nossos líderes responsáveis — especialmente quanto agem aparentemente em nosso nome, mas contrariando o essencial de nossos princípios democráticos”.



Para Peter Phillips e seus colaboradores, “somente a resistência democrática da cidadania pode reverter esse processo em desenvolvimento”. O Project Censored quer “fortalecer os meios autônomos [porque] é essencial para a resistência democrática contra o poder desenfreado”. Apoiando meios independentes, lutando por uma Internet livre, exigindo governo transparente e participação na tomada de decisões e mantendo nossos valores básicos do devido processo e dos direitos humanos, poderemos manter-nos erguidos com nossos vizinhos, amigos e comunidades, para construir um amanhã melhor”. Os autores convocaram outras pessoas a compartilharem suas histórias e a se manterem informados e ativos.



As 25 histórias mais censuradas



1) Deixa de existir o Habeas Corpus para “Qualquer Pessoa”, inclusive para os cidadãos americanos.



Esta nota de Robert Parry e Thom Hartmann, publicada originalmente nos sites ConsortiumNews e Common Dreams, explica como uma nova lei militar submete por igual os cidadãos e não-cidadãos dos EUA, desde que o Congresso aprovou, sem nenhum protesto das mídias corporativas, a lei Military Commissions Act de 2006 (MCA), assinada pelo presidente George W. Bush em 17 de outubro de 2006. Enquanto as mídias, incluindo um editorias do New York Times de 19 de outubro, deram a falsa tranqüilidade de que os cidadãos estadunidenses não serão vítimas das medidas draconianas legalizadas por esta lei — tais como prisões militares e detenções em massa sem direito a proteção constitucional — o jornalista Robert Parry apontou que o texto da MCA permite a instituição de uma alternativa militar ao sistema constitucional de justiça, para qualquer pessoa, sem importar que possua a cidadania americana. A MCA elimina efetivamente os direitos de Habeas Corpus para “qualquer pessoa” julgada arbitrariamente como 'inimigo do Estado'.



2) Bush pretendia converter-se em ditador militar


 


Frank Morales descreve, na publicação alternatica Uruknet como Bush assinou silenciosamente a Lei de Autorização de Defesa 2007 (Defense Authorization Act of 2007) em 17 de outubro de 2006, conjuntamente com a Lei de Comissões Militares (Military Commissions Act,), a fim de facultar ao presidente para mobilizar tropas militares onde deseje, dentro dos EUA, e inclusive tomar o controle das bases e unidades estaduais da Guarda Nacional, tuso isso sem pedir o consentimento do governador do Estado, nem das autoridades locais, e com o propósito de “suprimir desordens públicas”.



3) Com o AFRICOM, os EUA asseguram o controle militar sobre as riquezas da África.



Bryant Hunt, do MooriofAlabama.org, relata como a Casa Branca anunciou a formação do Comando Africano dos EUA (AFRICOM), um novo centro unificado de comando do Pentágono na África a se estabelecer antes de setembro de 2008. Essa penetração militar na África apresenta-se como uma “proteção humanitária” na guerra global antiterrorismo. Entretanto, o verdadeiro objetivo é a obtenção de petróleo na África e o controle de seus sistemas globais de distribuição.



4) Frenesi por assinar acordos comerciais cada vez mais destrutivos



Um relatório da Ong Oxfam International, de março de 2007, e outra cobertura de Sanjay Suri, de InterPress Service, revelam que os EUA e a União Européia perseguem vigorosos acordos regionais e bilaterais cada vez mais destrutivos do comércio e de investimentos fora da supervisão da Organização Mundial do Comércio. Segundo o artigo, esses acordos estão requisitando enormes concessões, irreversíveis, de países em vias de desenvolvimento, enquanto não se oferece quase nada em troca. EUA e UE estão exigindo cada vez mais rápido e com mais profundidade reduções de tarivas sem precedentes, às vezes de taxa zero, para descarregar suas mercadorias agrícolas subvencionadas nos paísessubdesenvolvidos, afundando os agricultores locais na miséria e no desespero. Como “retribuição”, os EUA e a UE asseguram tarifas altas e rigorosos controles de importação para manterem a salvo da concorrência seus próprios produtores.



5) A embaixada dos EUA no Iraque é construída com trabalho escravo.



Mão de obra praticamente escrava, importada do sul da Ásia por uma firma terceirizada kuwaitiana pela Halliburton/KBR, está erguendo a embaixada mais cara e fortificada do mundo para exibi-la como “um monumento à libertação e à democracia dos EUA”, segundo reportagem de David Phinney para o Corp Watch. A empresa First Kuwaiti Trading & Contracting, conhecida pelas suas práticas de recrutamento forçado, trafica trabalhadores que no Iraque são submetidos a condições de trabalho próprias de um campo de concentração. A embaixada está sendo construída ao custo de 592 milhões de dólares, mediante um contrato com a KBR, filial do ramo de construção civil da Halliburton, a multinacional do vice-presidente dos EUA, Dick Cheney.



6) Incursões da Operação FALCON



Sob o nome de código Operação FALCON (Federal and Local Cops Organized Nationally), entidades policiais locais, estaduais e federais coordenaram prisões em massa entre outubro de 2005 e outubro de 2006, em uma coordenação sem precedentes que resultou na captura de mais de 30 mil “fugitivos”, em uma busca gigantesca sem precedentes na história dos EUA. A operação envolveu 960 agências autorizadas pelo procurador-geral Alberto Gonzáles, que efetivou sua renúncia agora em setembro.



7) Por trás da Blackwater Inc.



O jornalista Jeremy Scahill, do Democracy Now, investigou “nossos mercenários no Iraque”, uns 20 mil indivíduos que formam a base militar privada maior do planeta, contratados debaixo dos panos pelo governo de George W. Bush. A empresa pioneira nos planos neoconservadores de dominação mundial privatizada concebida para o século 21 pelos “intelectuais” que cercam Bush (Project for a New American Century) possui uma frota de 20 aviões, helicópteros e uma divisão de inteligência. Seu proprietário principal é Erik Prince, um supremacista branco fundamentalista cristão de extrema direita que serviu na Marinha, que obteve de Bush contratos de 500 bilhões de dólares para defender o cristianismo e lutar contra o Islã ao redor do planeta.



8) KIA: a invasão neoliberal estadunidense na Índia



Vandana Shiva e Amy Goodman, do Democracy Now!, Arun Shrivastava, de Global Research, e Suman Sahai, de SciDev.Net, analisam como as cooperativas hortifrutigranjeiros da Índia defendem segurança alimentar da nação e o futuro dos agricultores indianos contra a invasão neoliberal das sementes geneticamente modificadas (GM), orquestrada pela Monsanto, ADM, Cargill, Wal-Mart e outros gigantes americanos do negócio da alimentação. Junto com os acordos de cooperação nuclear assinados por Bush e pelo primeiro-ministro Singh, em março de 2006, foi criado o KIA (Knowledge Initiative on Agriculture), um tratado que abre as portas da Índia às corporações transnacionais que se apropriam da agricultura e da alimentação por meio de suas sementes GM patenteadas em todo o planeta.



9) Privatização da infraestrutura dos EUA



Daniel Schulman e James Ridgeway, da revista Mother Jones, e Jerome R. Corsi, da Human Events, revelam o negócio da privatização das autoestradas, cujos usuários terminarão pagando os pedágios aos investidores de Wall Street, banqueiros australianos e terceirizadores espanhóis. Grandes grupos econômicos, como Goldman Sachs, Morgan Stanley e Carlyle Group estão se apropriando das autoestradas públicas e da infraestrutura do transporte.



10) Os “Fundos Abutres” ameaçam apropriar-se da dívida dos países pobres



Greg Palast e Meirion Jones, do programa BBC Newsnight, denunciaram que os “Fundos Abutres”, que é como são conhecidos os investidores que aplicam em dividas de países pobres, estão minando a ONU e outros esforços globais para libertar as nações empobrecidas do terceiro mundo da dívida que os países ricos lhes impuseram por muitas décadas. Os “Fundos Abutres” são organizações financeiras que só compram dívidas que estão próximas do “default” ou da falência.



11) As trapaças da “reconstrução do Afeganistão”



Ann Jones, do Tomdispatch.com, e Fariba Nawa, do CorpWatch, revelaram que um relatório publicado em junho de 2005 pela organização filantrópica Action Aid indica que grande parte do dinheiro proveniente dos impostos dos EUA e destinado à reconstrução do Afeganistão vai parar na realidade nos bolsos das ricas corporações americanas. A “ajuda fantasma” nunca explica que no país receptor são emitidos pagamentos por trabalhos incompletos realizados por “especialistas americanos demasiado caros e, com freqüência, incompetentes”, contratados pela Agência Internacional de Desenvolvimento (a famigerada USAID, em sua sigla em inglês). Os fundos, que saem diretamente do USAID para as contas bancárias das corporações americanas, além disso “amarram” cuidadosamente 70% do financiamento de auxílio para a compra de produtos e serviços da nação doadora, a preços exageradamente inflacionados. A Action Aid calcula que por cada dólar de “ajuda” estadunidense se evaporem 86 centavos.



12) Outro massacre das tropas da ONU no Haiti



Wadner Pierre e Jeb Sprague, da Inter Press Service, e o Haiti Information Project (HIP) compilaram relatos de testemunhas que confirmam outra matança das forças da ONU no bairro de Cité Soleil, em Porto Príncipe, no Haití, ocorrida em 22 de dezembro de 2006. Segundo os relatos, houve um castigo coletivo contra a comunidade por uma demonstração em massa dos simpatizantes do ex-candidato presidencial Lavalas, que reunira cerca de dez mil pessoas e que clamavam pelo retorno presidente Aristide, condenando claramente a ocupação militar estrangeira de seu país. Segundo moradores, as forças da ONU atacaram a vizinhança cedo pela manhã, causando a morte de mais de 30 pessoas, inclusive mulheres e crianças. As imagens gravadas pelo HIP mostram civis desarmados que morrem sob fogo intenso das forças de paz da ONU. Os funcionários da ONU argumentaram que entraram na Cité Soleil para capturar bandidos e seqüestradores.



13) Por que os imigrantes mexicanos fornecem mão-de-obra barata às corporações dos EUA?



David Bacon, do Truthout, e Laura Carlsen, do Foreign Policy in Focus, asseguran que o NAFTA, o tratado de livre comércio entre EUA, México e Canadá, inundou o mercado mexicano com produtos agrícolas baratos subvencionados pelo governo de Washington, que deslocaram millhões de hortifrutigranjeiros mexicanos. Entre 2000 e 2005, o México perdeu 900 mil postos de trabalho rurais e 700 mil de industriais, resultando isso em um profundo desemprego em todo o país. A pobreza desesperada forçou milhões de trabalhadores mexicanos a emigrar para o norte, para alimentar suas famílias.



A Frente Nacional Campesina estima que o NAFTA deslocou dois milhões de hortifrutigranjeiros, em muitos casos em conseqüência do aumento das importações dos EUA. En 1994, no primeiro ano do acordo, os EUA exportaram 4,59 bilhões de dólares en produtos agrícolas para o México, segundo dados do Ministério de Agricultura. Mas em 2006 a cifra aumentou em 114%, chegando a 9,85 bilhões de dólares.



14) Impunidade para criminosos de guerra dos EUA



Jeff Stein, do Congressional Quarterly, descobriu uma disposição misteriosa incluída na nova lei Military Commission Act (MCA) momentos antes de ser aprovada no Congresso e assinada pelo presidente Bush em 17 de outubro de 2006 (veja a história n.º 1). A disposição redefine a tortura,  retirando os aspectos mais ásperos da maioria das técnicas polêmicas que tipificam os crimes de guerra e eximem de processo judicial os interrogadores que cometeram tais crimes desde novembro de 1997. Jeff Stein faz a pergunta, “quem enfiou no MCA essas disposições que eximem, de longe, dos processos, os torturadores? A Casa Branca nega qualquer implicação ou conhecimento a respeito da inserção de tal norma, deixando em total mistério a origem da tal disposição.



15) A exposição tóxica pode ser transmitida às futuras gerações como um “Segundo Código Genético”



O jornalista Peter Montague, do Rachel’s Democracy & Health News, informou que, ao contrário das crenças anteriores, há estudos que sugerem que o comportamente e as condições ambientais podem programar as seções de DNA das crianças. A nova evidência sobre como os genes interagem com o ambiente sugere que muitos produtos químicos industriais podem ser mais sinistramente perigosos que o que se supunha anteriormente. Está cada vez mais claro que os efeitos da exposição tóxica podem ser transmitidos por várias gerações, de modo que ainda não são compreendidas completamente. “Isso introduz o conceito de responsabilidade em genética e hernaça”, disse o Dr. Moshe Szyf, pesquisador da Universidade de McGill em Montreal. “Isso pode revolucionar a medicina. Você não só come bem e se exercita para si mesmo, como para seus descendentes”.



16) Não existe evidência concreta que ligue bin Laden ao 11 de setembro



Ed Haas, do The Muckraker Report e o jornal Ithaca Journal indicam que o papel de Osama bin Laden nos eventos do 11 de setembro de 2001 não é mencionado nos cartazes dos “dez mais procurados” pelo FBI. O jornalista Haas contatou os responsáveis pelo quartel general do FBI em 5 de junho de 2006 para avisá-los de que bin Laden é acusado nos cartazes de atentados a bomba contra as embaixadas dos EUA em Tanzânia e Quênia, mas não há menções aos atentados de 1 de setembro.



Rex Tomb, chefe de Propaganda Investigativa do FBI, respondeu a ele que “a razão pela qual o 11 de setembro não é mencionado na página de bin Laden é que o FBI não tem evidência convincente de sua conexão com o 11 de setembro”. Tomb continua: “bin Laden não foi formalmente acusado de conexão com o 11 de setembro”. Respondendo à solicitação de que isso fosse feito, Tomba argumentou que “o FBI recolhe evidências. Uma vez que ela seja coletada, é enviada ao Ministério da Justiça. O Ministério, por sua vez, decide se existem evidências suficientes para apresentar o criminoso a um jurado federal. No caso das embaixadas dos EUA bombardeadas em 1998, bin Laden foi formalmente processado e foram feitas acusações contra si em um tribunal. Se não foi formalmente acusado, se não lhe formularam processos em relação ao 11 de setembro, é porque o FBI não possui evidência concreta que conecte Osama aos ataques de 11 de setembro”.



17) Bebendo água contaminada por militares e corporações



Os repórteres Sunny Lewis, do Environment News Service, Sunaura Taylor e Astor Taylor, do AlterNet, escreveram em suas respectivas mídias sobre a crescente escassez de água pura nos EUA, por causa da contaminação gerada impunemente pelas corporações, por municípios e militares americanos. Os autores dizem que a água é essencial para a vida, contribui para a circulação do sangue, a digestão, o metabolismo, a atividade do cérebro e aos movimentos dos músculos, mas a água pura está escasseando, a despeito de uma norma federal que exige “restaurar e manter a integridade química, física e biológica das águas da nação” (Federal Water Pollution Control Act — 33 USC. 1251 et seq —, Section 101.ª).



“Os contaminadores estão utilizando as águas dos EUA descarga de tóxicos”, disse o advogado  Christy Leavitt, de US PIRG’s Clean Water, entidade filantrópica que luta por água pura. A organização assinalou que, entre julho de 2003 e dezembro de 2004, mais de 62% das usinas industriais e municipais do país descarregaram suas águas sujas em esgotos de águas pluviais, contaminando a água potável dos EUA muito além dos limites permitidos pela Lei de Água Limpa (Clear Water Act, CWA).



18) As eleições fraudades no México



Chuck Collins e Joshua Holland, do AlterNet, e o coletivo do jornal Revolution, analizaram as evidências que revelam a fraude maciça na eleição presidencial do México em 2006, entre o “presidente eleito” Felipe Calderón, do partido conservador PAN, e Andrés Manuel López Obrador, do à esquerda PRD. Em uma eleição atravessada por “erros aritméticos”, uma recontagem parcial mostrou o número abundante de cédulas escritas roubadas para favorecer a vitória do Pan, enquanto os interesses dos EUA vigiavam descaradamente o resultado da eleição do México.



As diferenças mais importantes entre ambos os candidatos eram relacionadas com a política energética, principalmente a respeito da privatização estrangeira das reservas mexicanas de petróleo e gás. Embora o setor de energia do México esteja profundamente penetrado pelo capital americano, o governo do país possui e controla a indústria de petróleo, com restrições severas a qualquer forma de investimento estrangeiro.



19) Movimentos populares desafíam a agenda neoliberal



Jessica Walker Beaumont, do Trade Matters, American Friends Service Committee, Mark Weisbrot, do International Herald Tribune e do International Affairs Forum, revelaram que o modelo de livre comércio dos EUA está enfrentando resistências cada vez maiores e mais concretas, enquanto as pessoas ao redor do mundo constróem alternativas de grande alcance à exploração neoliberal. Os autores dizem que isso é mais evidente na América Latina, onde a oposição em massa à dominação econômica dos EUA fez com que líderes e partidos populares passassem a controlar os governos nacionais na Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina, Brasil, Nicarágua e Uruguai. Os presidentes latino-americanos estão comprometidos em reparar os 25 anos de reformas neoliberais que provocaram a pior depressão econômica da região em centenas de anos.



20) Lei terrorista contra ativistas pelos direitos dos animais



David Hoch e Odette Wilkens, do Vermont Journal of Environmental Law, Will Potter, do Green is the New Red, e Budgerigar, do Earth First! Journal, assinalaram como o termo “terrorista” ampliou-se perigosamente para incluir qualquer interferência, ou promoção de interferência, contra as operações das empresas vinculadas a animais. A nova lei chamada Animal Enterprise Terrorism Act (AETA), assinada em 27 de novembro de 2006, aumenta as penas contempladas na lei Animal Enterprises Protection Act (AEPA), de 1992.



Cerca de 160 grupos, incluindo o Grêmio Nacional de Advogados, o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, a Liga de Votantes Humanos, o Comitê de Médicos por uma Medicina Responsável se opõem, a esta lei argumentando que sua terminologia é vaga e perigosa, já que cria um conflito importante na constituição dos EUA. A ampla definição de uma “empresa animal”, por exemplo, pode abranger a maioria dos negócios dos EUA, “qualquer empresa que utilize ou venda os produtos de um animal ou de animais”. A frase “perda de qualquer característica verdadeira ou pessoal” é bastante elástica, para incluir perdas de lucros projetados.



A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) enviou uma carta ao Congresso “em nome de centenas de milhares de membros e ativistas e de membros e filiados a 53 organizações de toda a nação” explicando sua oposição à AETA, alegando a preocupação de que as atividades da primeira emenda, como demonstrações e inclusive o escotismo, possam ser consideradas como atos terroristas sob uma lei excessivamente vaga e ampliável.



21) EUA querem proteção da OMC para seus subsídios ilegais à agricultura



Eoin Callan, do Financial Times do Reino Unido, e a redação da Oxfam International abordaram o provável colapso da Organização Mundial do Comércio (OMC), depois de quase dois anos de paralisação de suas negociações comerciais globais. Em janeiro de 2007, os ministros de comércio dos EUA, União Européia, Brasil, Índia, Japão e Austrália manifestaram irritação pela discutível manutenção de subsídios no comércio agrícola.



Os negociadores dos EUA culpam a UE, Índia e Japão de frustrar a abertura sem restrições dos mercados a seus produtos agrícolas. Neste tema, que jamais foi tratado com profundidade pelos grandes meios de comunicação, os EUA aspiram receber a imunidade nos pleitos por concorrência desleal apresentados à OMC pelos países pobres, por causa dos subsídios do governo americano aos produtos agrícolas que são exportados para o resto do mundo. Dito de outro modo, os EUA dizem que são a favor do livre comércio, mas não o praticam.



22) Os do norte invadem o México



Mike Davis, do TomDispatch.com, publicou uma nota intitulada “A invasão fronteiriça: a vingança perfeita dirigida ao sul”, na qual relata como o visitante que cruza a fronteira desde Tijuana com destino a San Diego se depara com enormes cartazes que gritam “Parem com a invasão da fronteira”, erguidos por aliados dos grupos de vigilância anti-imigração chamados Minuteman. As mesmas placas insultam os cidadãos mexicanos em outras passagens fronteiriças do Arizona e do Texas.



Mas a ironia é que, de fato, está ocorrendo uma invasão, mas ao contrário, na direção contrária, assinalou Mike Davis. Cada vez mais americanos buscam um retiro mais barato no sul, comprando seus novos lares no México. Os americanos que estão vivendo no México aumentaram de 200 mil para 1 milhão de pessoas em uma década, enquanto os especialistas afirmam que a imigração para o México de americanos idosos aumentará de forma incontida, entre os 70 milhões de aposentadorias previstas para os próximos 20 anos.



23) Conflito de interesse da senadora Feinstein no Iraque



Peter Byrne, do North Bay Bohemian, revelou que a senadora Dianne Feinstein, a novata mais rica entre os membros do Congreso dos EUA, enfrenta um caso monumental de corrupção, que a linguagem eufemista americana denomina de “conflito de interesses éticos”. Como membro do subcomitê de designação de Construções Militares (MILCON, na sigla em inglês), a senadora democrata da Califórnia votoo a favor de contratos que favorecem em milhares de dólares a empresa de seu marido, Richard C. Blum de Feinstein, acionista majoritário da URS Corp. e Perini Corp. A maioria dos projetos correspondem a contratos do Pentágono para obras de infraestrutura no Iraque, Afeganistão e bases militares da marinha e força aérea ao redor do mundo.



24) A falsa ameaça das mídias atribuída ao presidente do Irã



Arash Norouzi, do Global Research, e a redação do Information Clearing House abordaram a história midiática espalhada ao redor do mundo atribuindo ao presidente iraniana, Mahmud Ahmadinejad, a seguinte frase: “Israel deve ser apagado do mapa”. Ao contrário da crença geral, essa declaração foi realmente uma interpretação mal traduzida pelo serviço de notícias da República Islâmica do Irã.



O ministro de Relações Exteriores do Irã procurou esclarecer a declaração , mas o erro tomou vida própria nos grandes meios corporativos, em meio ao acirramento da discussão sobre o programa nuclear e a suposta ameaça atômica do Irã. A frase foi usada continuamente para reforçar a idéia de que o irã continua dirigido por extremistas que procuram a destruição completa de Israel. Mas, o que foi que disse Ahmadinejad? Ele se referiu ao regime sionista, não à nação israelense.



25) Quem se beneficia da energia indígena?



Brian Awehali, da LiP Magazine, descubriu que a energia indígena em terras americanas está se convertendo em um grande negócio. Segundo a Rede Ambiental Indígena, 35% dos recursos de combustíveis fósseis dos EUA estão em território indígena. O departamento do Interior estima que as terras indígenas mantêm reservas ainda não descobertas de quase 54 milhões de barris de petróleo. As terras das tribos também contêm quantidades enormes de energia alternativa. “O vento que sopra sobre as reservas indígenas em apenas quattro das grandes planícies do norte poderiam gerar quase 200 mil magawatts de energia eólica”, disse Winona LaDuke, no periódico Indian Country Today em março de 2005.