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Ameaça de obstrução no Senado não preocupa líder do PT

Os partidos de oposição continuam sua investida para que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), renuncie ao cargo. A estratégia, anunciada na quarta-feira (13), é obstruir as sessões da Casa. A senadora e líder do PT, Ideli Salvatti (SC), não

“No Senado da República, nada é fácil, as votações aqui sempre são muito difíceis, muito negociadas e debatidas, mas por incrível que possa parecer, nós vivenciamos uma crise política extremamente delicada envolvendo o presidente da Casa, e não há uma matéria pendente. Nós votamos inclusive matérias numa velocidade que faz a Câmara dos Deputados repensar na sua atuação”, avaliou Ideli, acrescentando que “durante toda crise nós mantivemos o processo legislativo”.


 


Outra forma de pressionar Renan a deixar a presidência é a exigência da aprovação do Projeto de Resolução que acaba com as sessões secretas e da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que põe fim ao voto secreto. Os oposicionistas querem ainda a votação do projeto que determina o afastamento do parlamentar – que responder a processo por quebra de decoro – do cargo que ocupe na Mesa Diretora, na presidência das comissões e no Conselho de Ética.


 


Ideli acha contraditória a proposta dos senadores tucanos e democratas. Com uma lista de nomes de senadores na mão, ela lembrou a derrota da PEC de autoria do senador Tião Viana (PT-AC) – que pretendia estabelecer o voto aberto na Casa. “Os mesmo senadores que defendem o voto aberto hoje, ajudaram a derrotar essa PEC anteriormente”. Além dos tucanos, a bancada do antigo PFL na Casa (hoje Democratas) também contribuiu para a derrubada desta PEC, com 13 votos contrários.


 


A petista mostrou os nomes dos senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Tasso Jereissati (PSDB-PE), José Agripino (DEM-AL) e Heráclito Fortes (DEM-PI). Segundo o documento, todos votaram contra a PEC que pretendia instituir o voto aberto na Casa.


 


Apesar de não concordar com a renúncia do presidente da Casa, a senadora petista acha prudente que Renan se licencie do cargo. Essa, segundo ela, é a posição da maioria dos parlamentares. Ideli revelou ainda que pretende conversar com o presidente da Casa sobre o tema.  “Há um sentimento na Casa de que isso pode ser bom. Vários senadores já se manifestaram, inclusive do próprio partido do Renan, como Wellington Salgado (PMDB-MG) e Romero Jucá (PMDB-RR). Agora, todas essas ponderações que estão sendo feitas ao senador Renan dependem da deliberação dele”. A líder entende que os 80 senadores podem pedir, “mas se ele não decidir, não tem jeito, vamos ter que aguardar a posição”.


 


De Brasília,
Alberto Marques
Com agências